Roberto
Campos, escritor e ensaísta, escreveu, durante anos, artigos sobre economia.
Destacando-se como grande polemista, através de sua língua ferina.
Considero-o como intelectual do pensamento
econômico. Deixando-nos vários livros publicados sobre política econômica.
Sendo ainda ocupante da Academia Brasileira de letras, em 1999.
Dizia sempre que o mercado é a
grande solução para a pobreza, Em vez do governo procura adotar medidas assistencialistas,
deveria sim focar no mercado.
Discordo de quem acha a opinião de
Roberto “imoral” e o condena à fogueira da inquisição.
Aprendi, desde muito cedo, ainda nos
bancos da universidade, que o funcionamento do mercado tem como objetivo a
maximização da livre iniciativa econômica e o atendimento das necessidades da
população, sobretudo na geração de emprego e renda.
Explico-me: o Programa Bolsa
Família, apesar de beneficiar famílias em condições sub-humanas, tem como
desvantagens o fato de que, ao longo do tempo, criar uma dependência da
população carente aos repasses governamentais, não procurando preparar
adequadamente os beneficiários ao mercado de trabalho.
Há críticas, com razão, em relação a
eficiência da gestão desse benefício e a sua estigmatização, devido à falta de
treinamento e de capacidade administrativa do governo e dos seus funcionários.
Gilberto Dimenstein, em seu livro “O
Cidadão de Papel”, diz que o cidadão brasileiro desfruta de uma cidadania
aparente que ele denomina de cidadão de papel. A verdadeira democracia implica
na conquista e na efetividade dos direitos sociais, políticos e civis. Se assim
não se constituir, a cidadania permanece imóvel no papel.
Não podemos ser míopes nem tapar o
sol com a peneira em não reconhecer a necessidade de implementação de ações
concretas de gestão de trabalho e renda, em vez de só projetos
assistencialistas. Pode? Claro que sim e a gente sabe o porquê.
É plausível acreditar e reafirmar a
necessidade de viver do trabalho, exercendo através dele, o exercício da
cidadania, interferindo na sociedade de maneira produtiva.
Entendo ainda que o grande risco dos
programas assistencialistas do governo é não promover a inserção do indivíduo
na sociedade, criando cada vez mais a subserviência. Prometendo mundos e
fundos. Confesso: fico ruborizado só em falar nisso.
Ou seja: quando a pessoa não cresce,
não se promove, ela vai ficando mais pobre.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
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