O
número de consumidores que utilizam o crediário no Brasil tem crescido
consideravelmente, na comparação com os anos anteriores. O valor médio da
compra utilizando essa forma de pagamento também tem aumentado.
O tradicional carnê de pagamento tem
sido a forma preferida de pagamento por quem não pode comprar à vista e prefere
não usar cartão de crédito ou cheque para parcelar. A verdade é que essa modalidade ganhou força
recentemente por causa da recessão. Driblando, com isso, o aperto existente no
orçamento do consumidor.
O carnê do crediário, quem diria,
voltou ao mercado. Só que agora com nova roupagem e totalmente digital,
oferecendo mais uma oportunidade de meio de pagamento para os consumidores e
uma forma de o varejo incrementar suas vendas.
O nome dessa modalidade é chamado de
“Buy Now Pay Later” ou BNLP, o que, numa tradução livre para o português,
significa “Compre Agora e Pague Depois”. Se o Bank of America estiver certo, o
mercado de soluções “Buy Now Pay Later” pode crescer de 10 a 15 vezes até 2025,
processando entre U$ 650 bilhões a U$ 1 trilhão em transações.
Todavia, alguns varejistas ainda
receiam em adotar o crediário tradicional próprio por medo de não receber e
acabar ficando no prejuízo. Ora, se bem gerenciado pode funcionar como uma
excelente estratégia para o controle da inadimplência. Além de uma boa ferramenta
de análise de crédito, deve-se consultar aos órgãos de proteção ao crédito
antes da abertura do crediário. Detalhe: o cliente e o crédito são seus e não
do banco ou da administradora de cartões. E que o cliente estará sempre
visitando suas lojas para futuras compras.
Tenho um amigo, Cordeiro, que me
falou que não usa mais o cartão de crédito e tampouco o cheque, pois tem a vaidade
de dizer que é PhD na modalidade de pagamento pelo crediário. “Pô, só de bater
o olho numa placa avisando que tem crediário, eu já entro na loja. Sempre fui
fiel ao fiado”. Comenta-o, com seu bigodinho hitlerista, eriçando ainda mais as
sobrancelhas.
Lembro-me bem de uma regra que era
repetida à exaustão, quando trabalhava como Autorizador de Crédito na
CICLO-Cia.Brasileira de Serviços Fiduciários, no início da década de 70:
“Vender mais para quem pode pagar mais e vender menos para quem pode pagar menos”.
Isso ficou cravado até no meu inconsciente, de tão realista que é.
Trocando em miúdos, se você é
lojista, pode aproveitar esta tendência para investir no crediário como uma
alternativa para atrair novos compradores, fidelizar clientes e aumentar a lucratividade
com as vendas a prazo.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
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