sábado, 20 de maio de 2023

A volta do crediário

 

            O número de consumidores que utilizam o crediário no Brasil tem crescido consideravelmente, na comparação com os anos anteriores. O valor médio da compra utilizando essa forma de pagamento também tem aumentado.

            O tradicional carnê de pagamento tem sido a forma preferida de pagamento por quem não pode comprar à vista e prefere não usar cartão de crédito ou cheque para parcelar.  A verdade é que essa modalidade ganhou força recentemente por causa da recessão. Driblando, com isso, o aperto existente no orçamento do consumidor.

            O carnê do crediário, quem diria, voltou ao mercado. Só que agora com nova roupagem e totalmente digital, oferecendo mais uma oportunidade de meio de pagamento para os consumidores e uma forma de o varejo incrementar suas vendas.

            O nome dessa modalidade é chamado de “Buy Now Pay Later” ou BNLP, o que, numa tradução livre para o português, significa “Compre Agora e Pague Depois”. Se o Bank of America estiver certo, o mercado de soluções “Buy Now Pay Later” pode crescer de 10 a 15 vezes até 2025, processando entre U$ 650 bilhões a U$ 1 trilhão em transações.

            Todavia, alguns varejistas ainda receiam em adotar o crediário tradicional próprio por medo de não receber e acabar ficando no prejuízo. Ora, se bem gerenciado pode funcionar como uma excelente estratégia para o controle da inadimplência. Além de uma boa ferramenta de análise de crédito, deve-se consultar aos órgãos de proteção ao crédito antes da abertura do crediário. Detalhe: o cliente e o crédito são seus e não do banco ou da administradora de cartões. E que o cliente estará sempre visitando suas lojas para futuras compras.

            Tenho um amigo, Cordeiro, que me falou que não usa mais o cartão de crédito e tampouco o cheque, pois tem a vaidade de dizer que é PhD na modalidade de pagamento pelo crediário. “Pô, só de bater o olho numa placa avisando que tem crediário, eu já entro na loja. Sempre fui fiel ao fiado”. Comenta-o, com seu bigodinho hitlerista, eriçando ainda mais as sobrancelhas.

            Lembro-me bem de uma regra que era repetida à exaustão, quando trabalhava como Autorizador de Crédito na CICLO-Cia.Brasileira de Serviços Fiduciários, no início da década de 70: “Vender mais para quem pode pagar mais e vender menos para quem pode pagar menos”. Isso ficou cravado até no meu inconsciente, de tão realista que é.

            Trocando em miúdos, se você é lojista, pode aproveitar esta tendência para investir no crediário como uma alternativa para atrair novos compradores, fidelizar clientes e aumentar a lucratividade com as vendas a prazo.

 

 

                                          LINCOLN CARTAXO DE LIRA

                                         

                                            

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