sábado, 1 de janeiro de 2011

O microcrédito




                   
       Aqui e alhures, o crédito produtivo popular, conhecido como microcrédito, libera os espíritos empreendedores da baixa renda. É estrela guia na geração de emprego e renda, tanto no setor formal como informal.
            Nossos governantes precisam sair dessa letargia e se preparar para essa realidade. Não há escapatória: essa é a forma moderna de desenvolvimento social e crescimento econômico em termos de empregabilidade e inclusão social. Hoje, é quase uma heresia questionar o seu valor, seu papel...
            Muhammad Yunus, laureado Prêmio Nobel da Paz de 2006, fundador do Grameen Bank, famoso ainda como o “banqueiro dos pobres”, fala sempre com intensidade e paixão dos resultados alcançados pelo microcrédito, repetidamente esfaqueando o ar com o dedo de quem  alcançou o sucesso através da procura incessante de um ideal pelo qual vale a pena lutar.
            Parece gozação, e beira a imbecilidade, como brada Muhammad, “dizer que os pobres não podem tomar empréstimos porque não têm garantia é o mesmo que dizer que o homem não pode voar porque não tem asas”. Essa visão inovadora faz a análise de quem enxerga mais longe e melhor do que aqueles que se deixam dominar pela postura rasa do imediatismo e do oportunismo.
            Precisamos reciclar e ter ousadia para mudar o que precisa ser mudado, e aqui, o governador Ricardo Coutinho terá de pegar o pião na unha e enfrentar com sensatez essa política de desenvolvimento sócio-econômico, sem barafunda de leis, normas e fiscalização despropositada que inferniza (problematizando!) a vida dos que recorrem a esse tipo de operação de crédito.
            Cancha ele tem para isso, e manja muito bem a importância do programa, em razão da sua experiência extraordinária com o Empreender-JP (Programa Municipal de Apoio com Pequenos Negócios). O grande risco é a complacência. Achar que já chegou a algum lugar. Não reconhecer que há um horizonte pela frente em meio a uma maior transformação no mundo dos negócios/mercados.
            Ademais, às vezes até me emociona e me comove como a filosofia do microcrédito, me fazendo acreditar na política da gestão pública. A política limpa, como corretamente deve ser. Não é exagero retórico, nessa matéria ainda temos um “status quo” inoperante e controverso.
            Longe de bate-bocas, deixo meu apelo aos governantes eleitos: vamos acabar com essa ladainha e discurso fajuto de que a situação está difícil, complicada. Comparo a “chororô de time derrotado”. Urge atacarem as causas, não apenas os sintomas, e tenha sempre como pedra de toque a “bússola moral”.


                                               LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                         (lincolnconsultoria@hotmail.com)

Nenhum comentário:

Postar um comentário