terça-feira, 18 de janeiro de 2011

História do Fusca

Você sabe quem é o legítimo inventor do Fusca? Não? Então basta ler o livro “A verdadeira história do Fusca”, do jornalista holandês Paul Schilperood,, recentemente publicado aqui no mercado editorial brasileiro.
            Revela este autor que a concepção do Fusca, seu designer e o próprio conceito de “Volkswagen” (ou, traduzindo, carro do povo) foram criados por um engenheiro judeu Josef Ganz e, abruptamente, apropriados por Adolf Hitler.
            Após essa manobra ignóbil o projeto do Fusca foi adaptado para a produção em série por Ferdinand Porsche, tornando-se um dos maiores orgulhos do regime nazista (1933-45).
            Segundo o genial Ganz, em 1931, demonstrou ser possível construir um carro leve, pequeno, com estabilidade e dirigibilidade excelentes. Contrariando, deste modo, a maior parte dos engenheiros alemães que achava que um carro precisaria ser grande e pesado para apresentar boa estabilidade.
            Apesar de levar fama de não deixar ninguém na mão, mesmo assim, deu seus últimos suspiros no Brasil, em 1996, estereotipado como carro de pobre, suburbano, feinho, desconfortável e barulhento.
            Tais registros me fizeram viajar no tempo e lembrar um fusquinha pertencente ao meu cunhado, Fernando (conhecido por “ventania”, de tão magro), à época, estudante de engenharia civil, que o pilotava como se fosse um milionário excêntrico e “bon vivant”.  De bom (acho) só tinha mesmo o motor, que ele tanto se orgulhava; o resto era uma extenuante comparável carroça que sacolejava, de um lado para o outro, para cima e para baixo. O danado se exibia de cor verde-abacate, porém desbotada pela química do tempo. O tanque de combustível era furado, e não passava da metade de sua capacidade. Não possuía limpador de pára-brisa, só um farol funcionando (e zarolho!). Os pneus eram carecas, igual à careca de “Ronaldinho”.
            É exagero? Não. Tem mais: para pegar era um “deus-nos-acuda”, um fuzuê dos diabos, mesmo porque a bateria tava mais arriada do que calcinha em filme de pornochanchada. O freio, por sua vez, era como cachorro vira-lata: só ameaçava pegar, o jeito era recorrer ao freio-motor. Para encabular, soltava aos olhos de todos, um decalque em letras garrafais fixado no vidro traseiro: "É véio, mas tá pago".
            Uma coisa é certa: essa história e tantas outras fazem parte da doce nostalgia e da revolução industrial automobilística, onde o Fusca deu início a um novo modo de pensar em carro. E que Josef Ganz seja, agora, imortalizado como o seu real inventor.


                                            LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                (lincolncartaxo.blogspot.com)

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