domingo, 10 de setembro de 2023

A nova realidade do aposentado

 

              

       Quando eu era criança lá em Cajazeiras, considerava-se velho um homem de 60 anos. Velho só, não. Velhíssimo. Hoje, surgiu uma geração de “novos velhos”. Não estou falando da baboseira de “melhor idade” e do lixo ideológico do politicamente correto, que tenta maquiar a realidade com palavras delicadas.

            Tenho 68 anos. Ainda não sinto o peso do envelhecimento, pode ser que mais para a frente aconteça. Acho que gozo de uma inteligência mediana, dói não entender porque ainda existe preconceito com os aposentados aptos a continuar trabalhando. E que se encontram incomodados com essa triste situação.

            Como costumo dizer, se eles forem longevos, que sejam positivos, que nos tragam benefícios. Simples assim.

            Para muitos, a aposentaria ainda é sinônimo de um momento idílico em que idosos invariavelmente ficam boa parte de seus dias sem trabalhar. No entanto, estudos demográficos comprovam que as pessoas que nasceram na década de 1960 estão ganhando pelo menos mais vinte anos de expectativa de vida.

Além disso, as pessoas que têm 40 ou 50 anos hoje em dia estão longe de estar no caminho para se tornar os “vovôs” e “vovós” de antigamente. Diante desses fatos, a visão que temos da terceira idade e da aposentaria precisa mudar.

Antigamente, a maior parte da humanidade se estuporava fisicamente no trabalho pesado nas fazendas, fábricas e minas. Agora a maior parte do trabalho pesado vai sendo executado por máquinas, com maior produtividade e sacrifício físico infinitamente menor para os seres humanos.

Observe que não são apenas celebridades e estrelas que se afastaram do estereótipo do envelhecimento. Toda uma geração que hoje tem entre 60 e 80 anos está escolhendo e construindo uma outra perspectiva de estilo de vida. É fato louvável, a ser celebrado.

O importante nesse segundo tempo da vida, que as pessoas estão descobrindo que pode ser o tempo depois dos 60, é procurar se dedicar mais àquilo que dá efetivamente prazer, conciliar isso com oportunidade de ter uma renda extra, de continuar tendo convívio social com colegas que também estão na ativa e de continuar atualizado como ser humano contemporâneo de um tempo em que as mudanças e as inovações são a regra.

Claro, óbvio ululante, que no futuro o trabalho físico será reduzido ao mínimo e que o mais importante será ter experiência, criatividade, ousadia e capacidade de reinventar a si mesmo.

Essa é a sacada, é você (acima de 60 anos) com você mesmo, a autossuperação e entusiasmo. 

 

                                            LINCOLN CARTAXO DE LIRA

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário