domingo, 1 de maio de 2016

Nova agenda para a educação

            Como brasileiro, cada vez mais, sinto-me envergonhado ao ver tanta gente enrolado nesse paraíso de falcatruas. Como também, envergonhado com o sucateamento de nossa educação.
            Perdoe-me a sinceridade, o programa educacional do País é uma espécie de gambiarra. Nos últimos anos, o nosso povo foi nutrido pela esperança de uma “Pátria Educadora”. O referido slogan está bem longe da realidade. O Brasil avançou muito na quantidade de alunos nas escolas, mas a qualidade da educação caiu a tal ponto que é normal um analfabeto funcional ser diplomado em alguma escola pública. Ou seja: o estudante sabe ler, mas não entende o que está lendo. Houve a democratização da educação, mas sem o seu viés transformador.
            Tive oportunidade de assistir a uma matéria pela Globo News que mostrava várias escolas do Estado do Maranhão e Alagoas sem água potável, sem banheiro, com piso esburacado, com salas de aula separadas por uma lona de plástico. Algumas até sem energia, levando os alunos do turno da noite a estudar com suas próprias lanterninhas.
            Um retrato real do abandono do ensino público no Brasil. Merece não apenas repúdio, mas um movimento de asco. Quanto descaso, quanta indiferença, quanto desrespeito. A educação tem de ser à base de uma nação democrática, pois o povo educado é povo informado e sabe o que quer.
            Esse é meu olhar. E não venham culpar a crise econômica para termos educação de má qualidade. Crise não é desculpa porque o dinheiro da educação é mal gasto por causa de má gestão e de corrupção. Daí a sensação de vivermos num país de fachada.
            O senador Cristovão Buarque, homem de extraordinária cultura, sério, e com português como deveria ser falado por todos (congressistas), confirma que foi petista, mas o partido deixou de ser progressista e abandonou a ideologia. Disse mais: no antigo PT só restaram os que se locupletam, os fanáticos e os órfãos. Como se sabe, ele foi o criador da Bolsa Escola, porém, LULA errou ao tirar o instrumento para fomentar a educação, do ministério da educação, e passando-o para o ministério da assistência social. Hoje, acabar com Bolsa Família, seria uma catástrofe, mas, se continuar existindo daqui a 20 anos, também será uma catástrofe.
            Já na possibilidade de um governo de transição, essa poderia ser a oportunidade preciosa para uma nova agenda na política educacional, com base na eficiência e na qualidade. Sem jamais esquecer: a boa educação é uma moeda de ouro, tem valor em toda parte.


                                                          LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                          lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                                   Advogado e mestre em Administração



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