sábado, 14 de maio de 2016

A derrocada de Dilma

            Primeiro, é bom dizer, que o governo Temer tem que ter grandeza, coragem e a consciência de que os erros cometidos pela Dilma não podem ser repetidos. O governo Temer terá uma chance. Pelo bem do Brasil, não pode perdê-la.
            Atual crise acaba com a mitificação do PT como partido dos “puros”. Acaba com essa bobagem messiânica em que muitos petistas acreditaram. E que, como consequência pedagógica, trás a possibilidade de criar uma esquerda mais verdadeira, mais útil, mais possível.
            Dilma cai por causa de sua própria incompetência. E não venha se queixar, porque não existe injustiça no mundo, cada um está onde merece estar. Daí me veio à lembrança aquela máxima de que “Os ventos e as ondas estão sempre do lado dos navegantes mais competentes”. A presidenta investiu numa política econômica errada e, quando percebeu que não produziria os efeitos esperados, em vez de recuar e tentar reparar os danos, ela resolveu dobrar a aposta com o objetivo de vencer o pleito de 2014. Provocando o maior estelionato eleitoral da história recente do País.
            Como se não bastasse, a gestão Dilma passou a ser destaque no noticiário policial, onde revelava a participação de petistas graduados em esquemas permanentes de corrupção, confrontando o discurso moral do PT pelo qual se notabilizara na sua origem. Ou seja: o partido que não roubava nem deixava roubar passou a ser ridicularizado como franquia de propina.
            Vale ainda observar que o governo Dilma derreteu-se na mesma medida em que se derretia a economia e que se esgotavam os recursos para deter a crise. Foi vítima também da inabilidade política e da obstinação no erro à frente de uma gestão desastrosa. Resultando numa administração de terra arrasada de fim de governo desesperado.
            Agora, o que se vê é que a mantra descabida do impeachment é “golpe” não funcionou para o nosso parlamento nem para o judiciário, e tampouco para o povo brasileiro que espera um país melhor, mais justo e mais ético.
             Como já mostrei em outros textos, o proselitismo político de quinta categoria que partiu do Palácio do Planalto não foi capaz de derrubar a materialidade implacável dos fatos - nunca visto nada igual, em lugar nenhum do mundo.
            Mas vou ser franco, na boa, na moral... Não poderia continuar como estava. O Brasil saberá superar a grave crise atual. Acredito.


                                                            LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                            lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                Advogado e mestre em Administração


Um comentário:

  1. Li o artigo publicado hoje (17-05) no "Correio".
    Parabéns pela lucidez. É o obvio, mas há os que não conseguem ver, há os que não querem e até há aqueles cuja inteligência discreta não lhes permite enxergar um palmo diante do nariz. O messianismo que comanda uma militância cega, mas fiel.ou faz uma auto-crítica severa ou será enterrado no lixo da história.
    LUIZ AUGUSTO PAIVA DA MATA - professor

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