terça-feira, 30 de abril de 2019

Desastre econômico da Argentina


            Um amigo, em visita recente à cidade de Buenos Aires, me falou da triste situação econômico-financeira que passa os nossos vizinhos hermanos argentinos: 1 peso equivalente a 11 reais e ao dólar já na casa de 45. Com a inflação anual próxima a 50%.
            Olhando-se para trás, numa das viagens que fiz a Buenos Aires, a primeira no início da década de 80, eu fiquei hipnotizado com àquela cidade imponente, elegante e cheia de histórias para ser explorada, onde o Tango ainda é uma das expressões (artista e cultural) mais forte do povo portenho, sem falar que a mesma continua conhecida como a Paris da América do Sul.   
            Infelizmente, um pouco da sua beleza está sendo ofuscado em decorrência de governos populistas, desmando dos militares no poder, paridade artificial entre o peso e dólar e a corrupção; levando o país da condição de nação rica (na década de 1920: chegou a ser a sexta maior economia do mundo) a um quadro de decadência, minada por desconfiança do mercado.
            Em meio à bagunça, o futuro dos argentinos é incerto. Está sendo um país de descamisados, enganados principalmente pelos últimos governos. Espanto, ironia e desalento foram à decisão agora de congelar preços de artigos considerados essenciais, entre eles alimentos, energia e transportes. O resultado de tais medidas (e sem fazer profecia de botequim), nós, brasileiros, já conhecemos o desagradável desfecho.
            Pessoalmente, está sendo uma surpresa a gestão melancólica do presidente Maurício Macri, de quem esperava uma agenda responsável de ajustes, rendeu-se a práticas a esta altura quase folclóricas de antecessores populistas. Isso passou a ser um carma!
            Argentina exposta às vísceras mostra que a péssima gestão econômica persistiu por tanto tempo que nenhum governo conseguirá restaurar a ordem em prazo curto. Detalhe: o choque cambial desvalorizou tanto o peso e o país foi obrigado a recorrer ao FMI, obtendo financiamento de US$ 56,3 bilhões, em troca um programa de ajuste, que até agora não funcionou.
            Ah, é verdade: governo argentino pode até fazer o jogo do otimista, mas para a sua população está impossível acreditar.


                                                             LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                              lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                Advogado e mestre em Administração
               
               


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