A Bíblia registra com muita
sabedoria que a terra é apenas uma residência temporária. Que aqui só estamos
de passagem. Por isso que o livro sagrado invoca essa situação como de um “forasteiro”,
“peregrino”, “estrangeiro”, “estranho” e “viajante”.
Mesmo sabendo dessa realidade, foi
difícil aceitá-la, depois do falecimento da minha amada mãe, Dona Aila Cartaxo
de Lira, ocorrido na última sexta-feira (30/06). Já perdi muitos entes queridos,
mas a perda dela foi de luto dolorido e desnorteamento da vida. Uma vez que era
a nossa segurança, aconchego, orientação e refúgio.
Ao longo dos seus 86 anos de vida
sua residência foi um porto seguro, não só para os seus familiares, como
também, para aqueles que ali chegavam de Cajazeiras (sua terra natal) em busca
de apoio, seja para estudar, seja para moradia, seja para conseguir alguma ajuda
financeira. Com olhos marejados de lágrimas, tive oportunidade no velório de
conferir vários testemunhos de sua ação humanitária.
Pode-se dizer que para lidar com
essa perda tão marcante é preciso respeito, respeito de si mesmo com a sua dor,
para que não pareça uma atitude egoísta. Sei que o tempo aprofundará a saudade,
mas lembrarei que a nossa mãe Dona Aila não morreu. Apenas mora noutro lugar.
Estará sempre ao nosso lado, porém invisível até o dia do nosso reencontro. E
que o Deus brindará com evolução espiritual plena.
Neste momento, já sinto a dor da
distância criada por sua morte e, como diz na canção interpretada por Caetano
Veloso e com outra adaptação para a ocasião: “Agora que faço da vida sem você?
Você que só me ensinou a te querer e agora eu estou sentindo a dor de te
perder!”. Tenho consciência que o tempo de alívio ou de passar a dor vai demorar.
Porém me dei conta que é o ciclo da vida. A chegada recente do meu neto Adam é
a prova dessa realidade.
Sua lembrança, minha mãezinha,
continua viva dentro de mim, eternizada no meu coração.
LINCOLN
CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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