Continuo, aliás, atrasado em muitos
terrenos. Nada posso fazer. Parece que há em mim um lado retrógrado que não me
quer abandonar. É o caso, por exemplo, do WhatsApp que vem sendo utilizado de
forma inconveniente, inadequada... que ainda não me habituei.
Reconheço que tal aplicativo é uma
realidade - uma febre e um símbolo da neurose urbana - que não tem volta e
virou uma ferramenta de comunicação até mesmo nas empresas. O problema é que
ele requer cuidado, pois há várias situações em que tem prejudicado a imagem de
profissionais.
Jurar, não juro. Questão de princípio.
Mas quero crer que no futuro bem próximo as pessoas não vão mais dialogar cara
a cara, mas sim, vão preferir conversar via o WhatsApp. Por achar mais sociável,
moderno, prático e de uma visão oba-oba da vida.
Um dia desses me encontrava no
restaurante com minha consorte Socorro, quando o jovem casal sentou-se numa
mesa ao lado e, logo em seguida, eles sacaram os seus celulares e começaram a
digitar. Não se olhavam. Apenas batiam os cílios como asas de um beija-flor
passeando pelo jardim florido.
Foi triste testemunhar essa situação.
Onde demonstra a que ponto o vazio existencial consegue entortar a cabeça das
pessoas, aniquilando com qualquer resquício de bom senso. Já nas empresas, como
ferramenta de trabalho, o erro mais comum é um mau entendimento sobre a
finalidade desse aplicativo como canal de telemarketing. Ou seja: estão fazendo
uso de disparo de mensagens em massa pelo WhatsApp, o que é um erro grosseiro.
No mundo cada vez mais robotizado,
apático, sufocado pelo ambiente das pessoas expressarem sua própria identidade,
não podemos ser subjugado a todos apelativos do WhatsApp, prejudicando o diálogo
presencial que é o alicerce da vida.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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