domingo, 23 de julho de 2017

A febre do WhatsApp

Continuo, aliás, atrasado em muitos terrenos. Nada posso fazer. Parece que há em mim um lado retrógrado que não me quer abandonar. É o caso, por exemplo, do WhatsApp que vem sendo utilizado de forma inconveniente, inadequada... que ainda não me habituei.
Reconheço que tal aplicativo é uma realidade - uma febre e um símbolo da neurose urbana - que não tem volta e virou uma ferramenta de comunicação até mesmo nas empresas. O problema é que ele requer cuidado, pois há várias situações em que tem prejudicado a imagem de profissionais.
Jurar, não juro. Questão de princípio. Mas quero crer que no futuro bem próximo as pessoas não vão mais dialogar cara a cara, mas sim, vão preferir conversar via o WhatsApp. Por achar mais sociável, moderno, prático e de uma visão oba-oba da vida.
Um dia desses me encontrava no restaurante com minha consorte Socorro, quando o jovem casal sentou-se numa mesa ao lado e, logo em seguida, eles sacaram os seus celulares e começaram a digitar. Não se olhavam. Apenas batiam os cílios como asas de um beija-flor passeando pelo jardim florido.
Foi triste testemunhar essa situação. Onde demonstra a que ponto o vazio existencial consegue entortar a cabeça das pessoas, aniquilando com qualquer resquício de bom senso. Já nas empresas, como ferramenta de trabalho, o erro mais comum é um mau entendimento sobre a finalidade desse aplicativo como canal de telemarketing. Ou seja: estão fazendo uso de disparo de mensagens em massa pelo WhatsApp, o que é um erro grosseiro.
No mundo cada vez mais robotizado, apático, sufocado pelo ambiente das pessoas expressarem sua própria identidade, não podemos ser subjugado a todos apelativos do WhatsApp, prejudicando o diálogo presencial que é o alicerce da vida.

                               LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                lincoln.consultoria@hotmail.com
                                   Advogado e mestre em Administração



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