domingo, 31 de julho de 2016

Mentiras em ações trabalhistas

            Noto, com tristeza, esse comportamento deplorável que muitas vezes vem sendo utilizado pelos reclamantes e seus advogados, convolando-se em ato ilícito. Ora, até o poste da esquina sabe que existe essa prática nas lides trabalhistas.
            Ainda bem que há magistrado que tem enfrentado com arrojo tal tipo de conduta nefasta e vergonhosa. Ilicitude que vem gerando enormes custos econômicos as empresas, criando um ambiente de incertezas e medo, que leva retratação aos investidores privados e que prejudica a geração de empregos.
            É fato. Muita gente não consegue entender algumas lógicas jurídicas, de aceitar que no Brasil se possa mentir para a Justiça e nada acontece a quem mente. Isso não é correto, já que enfraquece a força normativa da Constituição que nos rege.
            No entanto, alguns juízes trabalhistas têm condenado por litigante de má-fé partes e advogados que exageram ou inventam verbas trabalhistas em processo. Além da multa, os casos estão sendo encaminhados para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para a abertura de processos disciplinares contra profissionais que instruem clientes a mentir.
            Já está mais do que na hora da Justiça do Trabalho ser mais incisiva e tratar essa situação com mais rigor. Só assim podemos evitar essa onda inescrupulosa de negócio (escuso).
            No julgamento ocorrido recentemente em Salvador (BA), a juíza do trabalho substituta Viviane Christine Martins Ferreira Habib condenou um advogado e a trabalhadora a pagar cada um, a título de indenização à parte contrária, 20% do valor arbitrado por litigante de má-fé. A referida magistrada concluiu pela condenação do advogado por ter exposto “em juízo fatos sabidamente inverídicos e porque participou ativamente da tentativa de enriquecimento ilícito”.
            Na semana passada, recebi no nosso escritório um empresário (por sinal, meu amigo) desesperado por ter sido acionado na Justiça do Trabalho, onde um ex-empregado lhe cobrava uma verba estratosférica, completamente descabida e pobre de verdade.
            Com olhos ainda fixo na petição da reclamação, apoiou os cotovelos sobre os joelhos, passou as mãos no rosto, olhou para mim de soslaio e desabafou:
            -Não dá para continuar sendo empresário aqui no Brasil. Tô fora! 
Pelo visto, quanta falsidade, quanta mentira, quanta canalhice que o empresário brasileiro ainda tem que suportar, sentir e sofrer, até que a indignação lhe traga de volta a vontade de continuar como empresário: produzindo riquezas e gerando empregos.
            O relato-desabafo acima é um libelo contra esse estado de coisa que vem afetando a vida empresarial de tantos que exercem papeis vitais na economia.


                                           LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                           lincoln.consultoria@hotmail.com

                                                           Advogado e mestre em Administração

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