domingo, 24 de julho de 2016

O tamanho do Estado

            Está provado que o Estado é mau empresário. Quanto maior, mais oportunidade ele abre para ineficiência. Como gestor das Estatais, é uma lástima, mostrando ainda o seu aspecto vulnerável à corrupção, conforme as operações levantadas pela Lava-Jato. 
            O problema das Estatais não é novo, mas se ampliou nos últimos anos por causa dos escândalos. Revelando não só o seu lado degradante, como também, o seu lado que padece dos males de uma estrutura arcaica e ineficaz.
            O debate do processo de privatização (vender estatais) passou a ser discutido porque os governos brasileiros estão maiores do que as receitas. Melhor dizendo: precisam enxugar, precisam ter governos menores. Uma vez que o Estado menor é a única forma de ter um Estado mais produtivo.
            A geração de hoje não pode ser responsabilizada a pagar, na forma de privilégios indevidos concedidos pelo Estado.  Na atual crise que o Brasil atravessa, esse é o momento certo para reflexão: diminuir o tamanho do Estado, consequentemente, reduzindo o gasto público e (re) arrumando um país destroçado por seus desmandos e barbeiragens.  
            É o velho pensamento vigorante. O cidadão ainda pensa “vai privatizar, a empresa vai prestar um serviço péssimo e cobrar muito caro”. Vejam que coisa: esse mesmo cidadão desconhece que o Estado continua a poder agir, que há agências reguladoras, que a empresa tem de cumprir padrões de qualidade.
            Isso é vital para um processo de economia moderna. Infelizmente, o Brasil ainda percorre a trilha inversa, o que custa caro ao País. O forte aumento dos gastos do governo gerou um rombo nas contas públicas, que contribuiu para a crise econômica. Com o aprofundamento da recessão, a arrecadação tem caído, piorando sobremaneira a situação fiscal.
            Diante desse quadro, muitos economistas já defendem a privatização da Petrobras, argumentando que nenhum país ficou rico (desenvolvido) com o petróleo. A Suíça enriqueceu sem uma gota do óleo em seu território. Os Estados Unidos, o maior produtor mundial de petróleo, nunca abraçaram a estatização. O Reino Unido privatizou a BP. Outros países abriram o setor ao capital privado, nacional e estrangeiro.
            É preciso elevar o nível desse debate, substituindo o Fla-Flu pela discussão dos problemas que realmente nos afligem. Lembrando que o petróleo vira uma maldição quando governos o usam em políticas públicas desastrosas e políticos dele se valem em esquemas de corrupção. Taí a Venezuela e a própria Petrobras como exemplo.
E isso fica claro: agenda de privatização é a ferramenta para reverter esse quadro de penúria e de interesses fisiológicos.

                                                              LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                              lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                               Advogado e mestre em Administração
           
                       


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