O Brasil não consegue mais tolerar
que seja eleito presidente, prefeitos, senadores, deputados e vereadores
recheado de perfis venais e incompetentes. E se existe uma esperança de que o exercício
da política tenha a ver com a defesa real do interesse público, as regras
precisam mudar.
Infelizmente, a turminha da
democracia carnavalesca continua abusar dos sentimentos populares para ganhar e
concentrar poder. Seja à direita, seja à esquerda. O democrata age livremente
no domínio da verdade dos fatos, onde a verdade é um dos pilares da democracia
e que tem o demagogo como cupim que age contra esse pilar.
O mundo de sonho da vagabundagem do
pseudo-político é chegar ao poder. O caminho mais curto para atingir esse
objetivo é usar a boa-fé do eleitor. Torrando o dinheiro do contribuindo na
montagem e manutenção de sua corte de propaganda progressista. Nessa esteira, pratica
o populismo nacionalista, tendo como cacoete propostas inconsistentes e até
estrambólicas. Óbvio, tudo obviedade, filme velho.
A primeira pergunta do horizonte
imediato salta à vista: como reagir? Ficar na mesmice de sempre explicar o
inexplicável. Do tipo, o eleitor: “Você é um político safado”; o político:
“Safado é você que votou em mim”.
Para combater esse estado de coisa,
precisamos mudar as regras, como falo no início do presente texto. Prova de um
modelo que deu errado, que há um fosso entre a sociedade e a política. Situação
que leva ao maniqueísmo rasteiro que avilta a discussão da boa política.
No entanto, até onde vejo, não basta
a ficha limpa para barrar os políticos desonestos. É preciso que haja um
desestímulo para a carreira do “político profissional” - aquele que faz da
política seu único meio de vida, que abandona sua profissão para ocupar cargos
eletivos eternamente.
Para provocar esse desestímulo, que
tal adotar o exemplo dos políticos na Suécia em que os vereadores e deputados
estaduais não recebem salários, não possuem carros com motoristas e devem usar
os seus próprios celulares. E tampouco têm secretárias e uma “penca” de
assessores parlamentares.
Lá o prefeito da Capital anda de
ônibus. Primeiro-ministro? Esse circula de metrô ou de bicicleta. Deputados
Federais? Moram em apartamentos funcionais de 16 metros a 46 metros quadrados,
lavam e passam as suas próprias roupas. O tratamento dispensado não é de
“excelência”, mas simplesmente de “você”.
Por isso temos que sair desse
“gerúndio” da política, estamos melhorando, chegando... Acho que ironia e
escárnio tem limites.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre
em Administração
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