segunda-feira, 1 de junho de 2015

Gestão dos Correios

            Acho que já devo ter raspado nesse assunto por aqui e contado para vocês que a situação dos Correios é crítica. Acumulam reclamações de consumidor por entrega de encomendas e correspondências fora do prazo. O que tem levado essa empresa a um quadro de penúria, que vem gerando paralisia e chiadeira.
            Vamos ao entendimento prático. A Empresa Brasileira dos Correios e Telégrafos (ECT), que já foi sinônimo de eficiência e confiabilidade, de alguns anos para cá entrou numa espiral de preços altos, serviços ruins, corrupção e incompetência.
       Não se pode ignorar que houve um aumento da demanda dos serviços postais por conta do crescimento populacional e do maior número de encomendas que surgiu por conta das compras online. Mas, por causa da falta de investimento, a estrutura da empresa não acompanhou as novas exigências do mercado. Eu mesmo sou vítima constantemente dessa má qualidade de serviços, seja ela por atraso de correspondência ou por demora na entrega de um produto.
            Todo mundo está um pote até aqui de mágoa. Um desempenho errático de gestão dos Correios, que não consegue empolgar nem a sua diretoria. Que, por sua vez, fica chupando dedo, não liga lé com crê e se recusa a entender a grave situação, como isso fosse o padrão de organização.
            Há denúncia de que, em algumas regiões, os carteiros precisavam trabalhar aos sábados e domingos para cumprir os prazos. Isso, ao invés de solucionar o problema, só agravou o panorama: aumentando a jornada de trabalho, consequentemente aumentou o número de ausências por problemas de saúde; com menos carteiros, cresce o atraso; daí a carga de serviço dos funcionários ativos sobe, mais funcionários são obrigados a se ausentar, o atraso continua e o ciclo se perpetua.
       Quem não se lembra o caso de corrupção que envolveu um alto funcionário da ECT, em 2005? Isso prejudicou enormemente ainda mais a imagem da empresa, que já não era boa. O objeto da ilicitude se fixava nas fraudes em licitação, fazendo compras desnecessárias e praticando superfaturamento de preços, dando vantagens aos corruptores. Ao ponto de transformar a soberba de Delúbio Soares numa profecia que, enfim, se realizou: “O mensalão virou piada de salão”.
            Nunca se viu coisa igual: A diretoria dos Correios, antes preenchida por funcionários de carreira, passou a ser constituída por indicações políticas. O problema é que a turma do fisiologismo político tem um apetite insaciável por cargos e alguns os utilizam para fins nada republicanos. A verdade nua e crua, é que os recursos desviados por essas pessoas fizeram falta à empresa e impactaram na qualidade dos seus serviços.
       Esse desrespeito, francamente, é um tapa na cara dos consumidores postais.

                                                                 LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                                               lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                                           Advogado e mestre em Administração

                                  

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