Acho que já devo ter raspado nesse
assunto por aqui e contado para vocês que a situação dos Correios é crítica.
Acumulam reclamações de consumidor por entrega de encomendas e correspondências
fora do prazo. O que tem levado essa empresa a um quadro de penúria, que vem
gerando paralisia e chiadeira.
Vamos ao entendimento prático. A Empresa Brasileira dos Correios
e Telégrafos (ECT), que já foi sinônimo de eficiência e confiabilidade, de
alguns anos para cá entrou numa espiral de preços altos, serviços ruins,
corrupção e incompetência.
Não
se pode ignorar que houve um aumento da demanda dos serviços postais por conta
do crescimento populacional e do maior número de encomendas que surgiu por
conta das compras online. Mas, por causa da falta de investimento, a estrutura
da empresa não acompanhou as novas exigências do mercado. Eu mesmo sou vítima
constantemente dessa má qualidade de serviços, seja ela por atraso de
correspondência ou por demora na entrega de um produto.
Todo mundo está um pote até aqui de
mágoa. Um desempenho errático de gestão dos Correios, que não consegue empolgar
nem a sua diretoria. Que, por sua vez, fica chupando dedo, não liga lé com crê
e se recusa a entender a grave situação, como isso fosse o padrão de
organização.
Há denúncia de que, em algumas
regiões, os carteiros precisavam trabalhar aos sábados e domingos para cumprir
os prazos. Isso, ao invés de solucionar o problema, só agravou o panorama:
aumentando a jornada de trabalho, consequentemente aumentou o número de
ausências por problemas de saúde; com menos carteiros, cresce o atraso; daí a
carga de serviço dos funcionários ativos sobe, mais funcionários são obrigados
a se ausentar, o atraso continua e o ciclo se perpetua.
Quem
não se lembra o caso de corrupção que envolveu um alto funcionário da ECT, em
2005? Isso prejudicou enormemente ainda mais a imagem da empresa, que já não
era boa. O objeto da ilicitude se fixava nas fraudes em licitação, fazendo
compras desnecessárias e praticando superfaturamento de preços, dando vantagens
aos corruptores. Ao ponto de transformar a soberba de Delúbio Soares numa
profecia que, enfim, se realizou: “O mensalão virou piada de salão”.
Nunca se viu coisa igual: A
diretoria dos Correios, antes preenchida por funcionários de carreira, passou a
ser constituída por indicações políticas. O problema é que a turma do
fisiologismo político tem um apetite insaciável por cargos e alguns os utilizam
para fins nada republicanos. A verdade nua e crua, é que os recursos desviados
por essas pessoas fizeram falta à empresa e impactaram na qualidade dos seus
serviços.
Esse
desrespeito, francamente, é um tapa na cara dos consumidores postais.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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