segunda-feira, 22 de junho de 2015

Jornal Nacional

       Fico com um gosto amargo na boca de ver como alguns veículos da imprensa de nosso País estão cada dia mais pobre e podre, com a petulância de acharem que mandam no Brasil. O bombardeio ideológico movido pela mídia é capaz de criar animosidade, gerar ódios e sentimentos sociais. Ainda bem que esse modelo está se esgotando.
            Li numa revista, outro dia, que o Jornal Nacional, levado ao ar pela primeira vez em 01/09/1969, através de telejornal em rede, aquele que já foi o mais assistido do Brasil, tendo obtido a marca de 70% de audiência, em média, nos anos 1980, amargou a casa de 18,6%, no último mês de março. A emissora, como um todo, vem perdendo audiência significativa 2000 a 2014, tendo passado de 23,5% para 13,5%, no ano passado, em média.
            Acredito que a maioria das pessoas, senão todas, gostaria que a mensagem jornalística fosse justa, mesmo porque o sentimento de justiça é uma qualidade natural do ser humano. Sabendo-se, além disso, de que a sociedade é quem perde com a prática do mau jornalismo.
            Mais pitoresco é quem trabalhou no JN ou acompanhou de perto a sua longa história revela bem mais do que números e do que as câmaras costumam exibir: o conteúdo que vai ao ar, de segunda a sábado, na medida dos jogos de interesses, queda de braço e alianças colocando em xeque a credibilidade do que é tido como a jóia rara da Rede Globo. É fato. Essa grande organização continua sendo a voz mais poderosa do País, mas não há só uma voz, ela não fala mais sozinha, como no passado.
            Há uma história que não se conta e se encontra perdida no baú do tempo. Em 2006, entre o início do horário eleitoral e o primeiro turno das eleições, o JN levou ao ar 68,57% de notícias positivas para o então candidato Alckmin; 61,76% para Heloisa helena; 52,94% para Cristovam Buarque; e 16,43% para Lula. Os dados foram levantados pela pesquisadora Flora Neves e constam no livro Telejornalismo e Poder nas Eleições Presidenciais, de 2008.
            Tem mais. Alguns analistas políticos interpretam em suas colunas que o País sofre déficit de democracia e de respeito à diversidade. E citam a eleição presidencial de 1989, onde, parte da mídia, com medo de Lula, se deslumbrou com Fernando Collor e o apoiou, direta ou indiretamente. A nossa imprensa omitiu informações preciosas ao eleitor, que foi às urnas achando que o chamado “caçador de marajás” era o salvador da pátria.
            Nada como um olhar crítico ao passado para perceber o começo do fim de uma nova era de monopólio e de possibilidades para quem acredita num jornalismo isento, plural e ético.


                                                                LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                  Administrador e mestre e Administração

               
               
                 
               

            

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