Fico
com um gosto amargo na boca de ver como alguns veículos da imprensa de nosso
País estão cada dia mais pobre e podre, com a petulância de acharem que mandam
no Brasil. O bombardeio ideológico movido pela mídia é capaz de criar
animosidade, gerar ódios e sentimentos sociais. Ainda bem que esse modelo está
se esgotando.
Li numa revista, outro dia, que o
Jornal Nacional, levado ao ar pela primeira vez em 01/09/1969, através de
telejornal em rede, aquele que já foi o mais assistido do Brasil, tendo obtido
a marca de 70% de audiência, em média, nos anos 1980, amargou a casa de 18,6%,
no último mês de março. A emissora, como um todo, vem perdendo audiência
significativa 2000 a 2014, tendo passado de 23,5% para 13,5%, no ano passado,
em média.
Acredito que a maioria das pessoas,
senão todas, gostaria que a mensagem jornalística fosse justa, mesmo porque o
sentimento de justiça é uma qualidade natural do ser humano. Sabendo-se, além
disso, de que a sociedade é quem perde com a prática do mau jornalismo.
Mais pitoresco é quem trabalhou no
JN ou acompanhou de perto a sua longa história revela bem mais do que números e
do que as câmaras costumam exibir: o conteúdo que vai ao ar, de segunda a
sábado, na medida dos jogos de interesses, queda de braço e alianças colocando
em xeque a credibilidade do que é tido como a jóia rara da Rede Globo. É fato.
Essa grande organização continua sendo a voz mais poderosa do País, mas não há
só uma voz, ela não fala mais sozinha, como no passado.
Há uma história que não se conta e
se encontra perdida no baú do tempo. Em 2006, entre o início do horário
eleitoral e o primeiro turno das eleições, o JN levou ao ar 68,57% de notícias
positivas para o então candidato Alckmin; 61,76% para Heloisa helena; 52,94%
para Cristovam Buarque; e 16,43% para Lula. Os dados foram levantados pela
pesquisadora Flora Neves e constam no livro Telejornalismo e Poder nas Eleições
Presidenciais, de 2008.
Tem mais. Alguns analistas políticos
interpretam em suas colunas que o País sofre déficit de democracia e de respeito
à diversidade. E citam a eleição presidencial de 1989, onde, parte da mídia,
com medo de Lula, se deslumbrou com Fernando Collor e o apoiou, direta ou
indiretamente. A nossa imprensa omitiu informações preciosas ao eleitor, que
foi às urnas achando que o chamado “caçador de marajás” era o salvador da
pátria.
Nada como um olhar crítico ao
passado para perceber o começo do fim de uma nova era de monopólio e de
possibilidades para quem acredita num jornalismo isento, plural e ético.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Administrador e
mestre e Administração
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