quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Futuro pós-pandemia

              Ainda não percebemos a magnitude do futuro pós-pandemia. Mas já trouxe consigo o inevitável debate a respeito.

            Num mundo civilizado pós-pandemia, não mais cabe o modelo utilizado pelas companhias, pelo ambiente corporativo. Exemplo: o fim dos escritórios e a consolidação do home office. Ressaltando, que não acredito no home office pleno.

            Não se trata de começar do zero, porém começar melhor e mais racional. Lives de conteúdo artístico  e filantrópico, parte das escolas online, reunião online... Isso tudo seria no futuro, agora a pandemia antecipou essa realidade.

            Tenho um amigo, dono de uma loja de presentes, começou a usar o whatsapp  para vender seus produtos e vai muito bem. Todo mundo que pode foi ou está indo para o digital. São milhões de serviços se digitalizaram na marra. O que levaria anos levou semanas.

            É verdade que a inteligência humana adora dificuldades, desafio e risco. Particularmente o brasileiro, que dá jeito (ou jeitinho) em tudo. Até no improviso técnico, chamado de “gambiarra” - famosa jabuticaba que transita no cotidiano da vida de quase todo brasileiro.

            Seria difícil algum de nós ou mesmo um estrangeiro que vive nesta terra não fazer parte do jeito. E a melhor maneira de estudá-lo é vivenciar o mundo da rua, das amizades, dos negócios. Assim, o Brasil do jeito dará um jeito para enfrentar qualquer situação pós-pandemia. Isso, digamos, é da nossa vocação.

            O Coronavírus mudou as cartas de todos os jogadores. É um jogo completamente novo. Com certeza, pelo andar da carruagem, teremos mudanças substanciais na aceleração da digitalização e mudanças nas cadeias de valor e nos padrões de consumo.

            Nesse regime da pandemia, de tempos sombrios, me veio à lembrança uma estrofe da poesia “Depois de tudo”, de um extraordinário escritor português chamado Fernando Pessoa: “De tudo ficaram três coisas / A certeza de que estamos sempre a começar / A certeza de que preciso continuar / A certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar”.

            E, para finalizar, arrisco a dizer que o brasileiro, com a sua cultura do jeitinho, vai dar um freio de arrumação e sair mais forte dessa crise.

                                                LINCOLN CARTAXO DE LIRA

                                                 lincoln.consultoria@hotmail.com

                                                             Advogado, administrador e escritor

 

                                             


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