Foi
essa frase que motivou o presente texto.
A desorganização da educação nessa
pandemia, com ensino a distância (EaD), está tão acentuada que a própria
expressão soa débil, como um eufemismo pudico de bagunça. Um verdadeiro deus
nos acuda.
No campo das boas intenções, o
Conselho Nacional de Educação (CNE) deu sinal verde, em 18/3, para a realização
de aulas online a partir do ensino fundamental.
Com escolas fechadas pela política de isolamento social, a
utilização maciça de ferramentas digitais em substituição às aulas presenciais
expôs as insuficiências da educação a distância (EaD) no País. Algumas delas
são a falta de formação específica para professores e o precário acesso da
população a recursos tecnológicos, como computadores e internet de qualidade.
O Brasil, como é sobejamente sabido,
nunca se preocupou com a atenção devida na área da educação. Com agravante:
abrindo mais espaços para o aumento do interesse de grandes corporações na venda
de pacotes educacionais que prometem, sem cumprir, uma eficiência a toda prova
do ensino e da aprendizagem de conceitos. Colocando todos (nós) no balaio dos
“indignados”.
Taí o teste do PISA, considerado o
mais importante indicador na avaliação da qualidade do ensino, onde coloca o
Brasil na posição 57, entre os 77 países participantes. Ficamos atrás de
Malásia, Jordânia, México, Chile e Bielorrússia.
Isso é ruim, é péssimo para a imagem
da nossa educação, que já anda há tempo cambaleando de tão sofrível. O problema
é real, e não adianta politizar o tema com discursinho bobo. Esse cenário exige
que toda e qualquer decisão necessitemos ter por base o princípio da isonomia
dos discentes. Principalmente no que diz respeito aos recursos tecnológicos.
Tal como o
mágico que retira o coelho da cartola, afirmam os profissionais da educação que
tiveram que inventar exercícios, produzir extensas páginas com conteúdos de
suas variadas disciplinas, passar a fazer vídeos e forjar uma relação virtual
que até então não existia.
Pelo noticiário, assisti um
depoimento de um professor que dizia: “Tivemos que reinventar a nossa rotina
escolar fora da escola, da mesma forma com a rotina da casa. Afirmando ainda
que uma filha de sua sobrinha que não se interessa pelo conteúdo escolar fora
da escola. Ela associa a casa à brincadeira, ao lazer”. O que, me parece, ser
natural.
Cabe
notar que a substituição do ensino presencial pela EaD tornou-se um problemão.
A escola continua sendo, para muitas crianças e adolescentes, o local
primordial de interação social, onde se deparam com a diferença de pensamento e
de formas de ser e estar. Ou seja: simplesmente “não há escola sem aula”.
Sublinhando
tudo, o MEC navega com bússola defeituosa em meio ao vendaval da saúde pública,
agravado pela instabilidade da sua gestão.
LINCOLN
CARTAXO DE LIRA
lincoln.consultoria@hotmail.com
Advogado, administrador e escritor
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