quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Levado ao medo

 

            Quando você assiste ao noticiário, o que chama mais sua atenção são as desgraças do mundo, principalmente as do Brasil. Não é pra menos. Taí os telejornalismos da grande mídia que não nos deixam mentir. A cobertura dramática do Coronavírus é um bom exemplo.

            Aliás, se você reparar vai ver que a própria mídia dá mais destaque para o sofrimento alheio. Infelizmente, isso dá muito mais “ibope”. Por outro lado, isso leva ao medo, e na pandemia, perderam-se os limites do senso do ridículo.

            É. Muitas pessoas não vivem intensamente porque têm medo de correr risco. Elas possuem necessidade exagerada de proteção e como consequência evitam expor-se ao desconhecido.

            Como tudo na vida, envolve correr risco. Não adianta reza forte, nem macumba com mil velas, essa é a regra. Proteger-se é como construir um enorme muro ao redor de si, como o dos castelos medievais. Porém, tudo o que protege acaba limitando a gente.

            No mundo corporativo, o medo tem deixado também a sua marca. Os pequenos empreendedores e grandes investidores têm travado ou adiado os seus projetos de futuro. 

Talvez o maior desafio (desse medo) seja a nossa profunda recessão de confiança. Não apenas nas instituições, que já vinham sofrendo há bastante tempo, mas agora também entre as pessoas, no comércio do bairro, no restaurante preferido e na economia local. Esse é o grande desafio para a retomada da economia, que gerará cicatrizes difíceis de eliminar, contudo não impossível de superá-las.

Nesse cenário me veio à reflexão do que disse o grande economista e pensador Roberto Campos, não desperdiçamos a oportunidade de perder oportunidades. A crise representa um desafio e uma oportunidade e exige que se pense dentro e fora da caixa. Até agora estamos pensando mal dentro das nossas caixinhas, o que não atende aos nossos interesses maiores.

Sei que muita gente ainda está pirando por conta dessa pandemia (Covid-19). Enviam mensagens falando que não aguentam mais e que o sentimento de medo continua presente.

No mais, vamos acabar com esse medo angustiante, pois quem tem medo de enfrentar as adversidades, também terá medo de viver.

 

                         LINCOLN CARTAXO DE LIRA

                       Advogado, administrador e escritor

           

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