Mantendo-me
um pouco recolhido em apartamento por conta dessa teimosa pandemia (Covid-19)
que não se acaba, eu tenho tido tempo para ler mais, refletir mais e pinçar, por
indução, alguns temas do cotidiano para figurarem na publicação dos meus
despretensiosos artigos.
E a bola da vez (escolha) é o
Sistema Único de Saúde-SUS, que não poderia deixar de ser no momento de
excepcionalidade crise sanitária. Revelando-se de forma inconteste como porto
seguro da nossa saúde, notadamente àqueles mais humildes.
Acreditem: “Sem o SUS, é a
barbárie”. A frase não é minha, mas traduz o que penso. Citação de autoria de
Gonzalo Vecina, professor da USP, um dos sanitaristas mais respeitados do
Brasil.
Você, leitor atilado, sabe que antes
desse sistema, só os brasileiros com carteira assinada tinham direito à
assistência pelo antigo INPS. Os demais pagavam pelo atendimento ou faziam fila
na porta de meia dúzia de hospitais públicos espalhados pelo país ou dependiam
da caridade alheia, concentrada nas santas casas de misericórdia e em algumas
instituições religiosas da saúde, a exemplo do Hospital Padre Zé.
Dói ver certas manifestações contra o
SUS, com expressões toscas, exalando o bafo da morte, sem saber que esse
sistema de saúde oferece gratuitamente o maior programa de vacinações e de
transplante de órgãos do mundo. Seu programa de distribuição de medicamentos
contra a Aids revolucionou o tratamento da doença comparada aos outros
continentes.
Em
vez de criticar, ajude ao SUS para que não faltem recursos e gestão competente
para investi-lo de forma que não sejam desperdiçados, desviados pela corrupção
ou para atender a interesses paroquiais.
Lembrando, ainda, que o SUS é o
maior e o mais democrático programa de distribuição de renda do País. Enquanto
investimentos no SUS cerca de R$ 270 bilhões anuais, o orçamento do Bolsa
Família mal chega a 10% disso.
Estamos juntos com o SUS, e juntos
venceremos o vírus.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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