Resolvi
expor-me, mais uma vez, contra certas medidas de algumas autoridades
governamentais no tocante à abertura ou não dos estabelecimentos comerciais,
industriais e de serviços, em tempos amargos de coronavírus.
Ora, a decisão mais imediata é, sem
dúvida, o combate à pandemia, buscando, onde possível, mitigar o dano econômico
causado às pessoas, empresas e países. Segundo a FGV, as demissões
pós-coronavírus já afetam 40% das empresas do setor privado. Tudo isso é
surreal, é triste, é desanimador!
Passam-se dias, semanas a fio, e
nenhum movimento novo ocorreu para salvar as empresas, em termos da oferta de
linhas de crédito. Até mesmo o presidente Jair Bolsonaro, destrambelhado e
desembestado, não está sendo forte para peitar as Instituições Bancárias,
apesar do aval de 80% do Tesouro Nacional caso haja inadimplências nas
operações de crédito. Quem as defende esse comportamento impróprio merece o
mais vigoroso repúdio.
Para mim, que tenho o hábito de
olhar as coisas referenciadas (típicas) ao Brasil, o que mais me chamou atenção
nestes últimos dias foi um vídeo, virilizado pelas redes sociais, onde o
motorista do transporte escolar da cidade de Cascavel (PR), fazendo um protesto
sobre as dificuldades encontradas pela categoria durante o período de pandemia.
Confesso que seu desabafo me fez
quase chorar. Sincerão, humilde, porém dotado de uma verve cortante, com
lágrimas nos olhos, assim esbravejou: “Estou rasgando aqui as minhas contas de
água, luz, IPTU, prestação do financiamento do carro. Simplesmente por está
parado. E mais: não tenho sequer dinheiro para sustentar minha esposa e dois
filhos”.
Numa hora dessa: cadê os nossos
parlamentares? Deveriam, sim, estar lutando pela boa causa das empresas em
apuros. Porém, como dizem, preferem acompanhar o enterro, mas não se deixam
enterrar na companhia do falecido.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre
em Administração
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