Dias
destes encontrei um colega de turma, entre um papo e outro, relembramos do show
de Jackson do Pandeiro que assistimos juntos. Oportunidade em que fiquei
admirado com a criação e a improvisação das palavras cantadas e da performance
da melodia. Ele já tinha fama da Sua Majestade, Rei do Ritmo.
Esse show, a que me refiro, ocorreu
em 1968, no famoso Tênis Clube de Cajazeiras. Guardo na minha memória aquele
baixinho, magro, cafuzo, bigodinho ralo e o seu inconfundível chapéu e camisa
estampada. Hoje carrego o orgulho desse registro histórico. Confesso, desde
então (ainda garoto), virei seu fã bobão.
Como diz o meu colega de turma,
“Nós, da turma de intelectuais fuleiros e lisos”, jamais poderíamos deixar de
comentar e homenagear os “100 anos de Jackson do Pandeiro”. Então, vamos lá. Ele
nasceu em Alagoa Grande, o seu estilo ganhou corpo em Campina Grande e saiu de
Pernambuco para conquistar o mundo.
Seu disco de estréia (em 1953)
trazia o coco “Sebastiana” e o rojão “Forró em Limoeiro”, tivera incríveis 50
mil compradores, logo uma façanha até para os cartazes da Rádio Nacional.
“Enquanto Luiz Gonzaga popularizou o baião, o xote e xaxado, Jackson projetou o
coco, o samba nordestino, com divisão rítmica vertiginosa e letras de métricas
afiadas”, manifesta o crítico musical Tárik de Souza.
Epítetos geralmente não erram –
Jackson era o Rei do Ritmo. Também o homem orquestra. Tocou de tudo: ganzá,
reco-reco, zabumba, tamborim, gaita, sanfona, piano. Se fosse para puxar um
jazz ou um blues na bateria, não tinha problema. Mas é no pandeiro que ele
brilhou. Pudera, seu virtuosismo no domínio do instrumento se tornou lendário.
Enfim. Como diz o historiador, Luiz
Antônio Simas, “Jackson do Pandeiro, está para a música brasileira como Mané
Garrincha para o futebol. Pintava o sete igual o camisa sete do Botafogo”.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
Nenhum comentário:
Postar um comentário