Não
hesito em dizer que, com minha maturidade, seja pela idade, ou seja, pela
experiência de vida, vejo que o “perdão” só faz bem. Sempre tive um pouco de
preguiça mental para entender (abdicar) o direito de guardar rancor daqueles
que me magoavam.
Hoje sou livre do ódio e da amargura
que me fazia tanto mal. “Ah, Lincoln, isso é romântico. Isso é utópico”,
decretou meu velho amigo Cordeiro. Isso é correto? Não, não é. A ideia do
“perdão” cimentou ainda mais meu gosto pela vida. Chegando a conclusão que uma
das coisas mais importante para a vida de uma pessoa que quer ser feliz é o
“perdão”, pelo fato de proporcionar paz ao coração e dá um real sentido à
existência.
Costumo recorrer a uma frase magnífica
do pensador britânico Benjamin Disraeli que diz que “a vida é muito curta para
ser pequena”. O que é uma vida pequena? É aquela vivida de forma banal, fútil,
superficial, medíocre e que não valoriza o ato de grandeza do “perdão”.
Estou certo de que a mente
apaziguada é o alicerce da paz interior. E a paz interior traduza-se em paz
exterior. E o “perdão”, por sua vez, está intrinsecamente ligado a essa
assertiva. Ora, “perdoar” é esquecer, no sentido de que alguém sepultou o
problema que fez tanto mal.
Há poucos dias atrás li uma matéria
de uma psicanalista paulistana, Suzana Avezum, que comprovou, através de sua
pesquisa, “a dificuldade de perdoar aumenta o risco de infarto”. A mágoa
provocada pelo “não perdão” gera um stress que não é momentâneo: retorna ao
longo da vida, sempre que a situação é lembrada. Por defesa, o corpo aumenta a
quantidade de hormônios como o cortisol e a adrenalina, que, em excesso, fazem
mal. O bombardeamento ao longo prazo arruína o coração.
Lamentavelmente, o “perdão” ainda é
entendido como um ato de fraqueza, mas é a maior dádiva que podemos conceder a
nós mesmo, não ao outro. O verdadeiro “perdão humano” leva ao esquecimento (do
mal).
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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