Em
tempos desalentos, a saída é buscar referências inspiradoras. E isso é
saudável, pois favorece àqueles que têm visão de mundo, diferente. Cito como exemplo
o jovem parlamentar paraibano Pedro Cunha Lima que, com discurso comovente e
convincente, rejeita a “velha prática política”.
O referido deputado federal tem sido
muito bom, direto, claro e corajoso no seu mister, notadamente quando idealizou
a “PEC dos Penduricalhos”. A ideia é gastar menos com o custeio da máquina
administrativa. Hoje, até mesmo o parlamentar que se reelege recebe um
penduricalho para custear a mudança para Brasília, assim como para comprar
roupas, fora mordomias com carros, combustível, motoristas e assessores (chega
a 70). É o avesso do avesso do avesso. É preciso dar um basta.
Passa da hora a classe política
acordar para essa obviedade. É proibido aceitar esse tipo de mimo. Ainda, a meu
ver, um ato de indignação, com as manchas de hipocrisia que grassam por aí.
Ora, seria bom se isso valesse também para outros poderes, todos carregados de
mordomias e auxílios diversos.
A guisa de comparação. Nos EUA, o
presidente paga as refeições da família na Casa Branca – excetuam-se aquelas em
que há uma reunião de trabalho. E, na Suprema Corte, há um só carro de
representação, o do presidente. Os outros ministros se quiserem carro, que o
comprem.
Existem política e atores políticos.
O campo em que ocorre seu jogo sempre foi intrigante e nebuloso. Para tanto,
recomendável, há que ter visão estratégia, inteligência, paciência, ponderação,
noção dos limites do poder e, sobretudo, plano de voo claro e detalhado. E mais:
tem que ter a coragem do parlamentar Pedro Cunha Lima para combater os privilégios
impregnados vergonhosamente nos Poderes da República.
Seguramente não se faz política sem
coragem. Segundo Winston Churchill, “é a primeira das qualidades do ser humano,
por assegurar todas as demais”. Sem coragem não vamos à esquina, ninguém ganha
eleições, não se governa.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e
mestre em Administração
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