terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Brincar é o melhor remédio


            Quando criança, “a gente era obrigado a ser feliz” – usando a fraseologia musical do sábio Chico Buarque. Verdade à beça: pois o mundo ao nosso redor nos proporcionava essa necessidade, baseada na magia da inocência e da felicidade.
            Sobre isso, vi nas redes sociais uma foto emblemática de duas crianças tirando uma selfie com uma sandália como se fosse um celular. Destacando-se que a inocência, a pobreza e o sofrimento fazem com que a referida foto seja a melhor selfie do mundo. Simples assim.
            Tive uma infância típica de cidade do interior (Cajazeiras). Jogava bola quase todos os dias, empinava pipa, de virar-se contra a parede no esconde-esconde, de pular corda, de jogar peteca, de iô iô, de bola de gude e entre outras. Diferente dos dias atuais em que as crianças já nascem conectadas, sabem mexer em computador, tablets e smartphones, sem acesso as brincadeiras do passado que proporcionavam, além da alegria e entretenimento, a atividade física para o desenvolvimento motor, equilíbrio, destreza e agilidade da criança.
            Agora vejo a importância dessas brincadeiras na minha infância, quando leio o relatório conclusivo da Academia Americana de Pediatria, referência internacional na sua área, em que orienta formalmente seus profissionais a receitar brincadeiras diárias a todos as crianças. Moral da história: brincar é o melhor remédio.
            As práticas indicadas no citado relatório, ressalvem-se, passam longe dos dispositivos eletrônicos. São as chamadas “brincadeiras livres”, nas quais meninas e meninos se envolvem espontânea e ativamente. Uma vez que o propósito é estimular o desenvolvimento mental e social das crianças.
O grande problema é que as crianças estão brincando cada vez menos. Os aparelhos on-line não estão proibidos, o problema é o exagero. A escassez de brincadeira é ancorada em estatísticas. Pesquisas realizadas nas últimas décadas revelam que o tempo livre das crianças diminuiu 25%. Apenas 50% delas saem para brincar ou passear.
Não é por acaso se diz que nós não paramos de brincar porque envelhecemos, mas envelhecemos porque paramos de brincar.


                                      LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                      lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                 Advogado e mestre em Administração

           
           

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