Neste
espaço, através do artigo “Gestão dos Correios”, publicado em 02/06/15, eu já
falava sobre a crise tremenda que atingiu a nossa empresa Correios e Telégrafos
(ECT). De lá para cá, é ladeira abaixo. Ou seja: serviços ruins, preços altos,
corrupção e incompetência. Afora o rombo bilionário no fundo de pensão dos
funcionários.
Mas é exatamente isso, sem tirar nem
pôr um milímetro de exagero, o que está acontecendo com os Correios. O próprio ministro
Gilberto Kassab, onde ela está sob as suas ordens, afirma que o governo não tem
recursos para investir nos Correios e que a solução para salvar a empresa é
cortar gastos ou partir para a privatização.
Em minha santa ignorância, não sei o
que está faltando para que os Correios seja privatizada. Aqui, neste periódico,
na semana passada, li que a referida empresa na Paraíba tem um déficit de 40%
no número de funcionários, falta de carteiro nas cidades, agências fechadas,
gerentes acumulando serviço e insegurança nos postos de atendimento são alguns
dos sintomas de um sucateamento risível.
Outro dia, ao passar pela portaria
do meu prédio comercial, deparei-me com um carteiro, aparentando cansaço,
barbado, cabelos grisalhos e bigode à la Filipão. Muito civilizadamente,
perguntei-lhe: - O que está acontecendo com os Correios?
Olhou-me nos meus olhos e disse: -
Tudo o que o senhor pode imaginar de ruim. Até a entrega do Sedex tiveram que
locar um carro para fazer as entregas, pois o carro oficial está quebrado há
mais de quinze dias.
A essa altura do campeonato ninguém
pode estranhar essa situação. Temos que tirar o poder do Estado onde não lhe compete.
As empresas públicas nunca foram usadas para o “bem comum”, mas para o bem de quem
está no poder. A concorrência leva a melhoria dos serviços e todos ganham,
inclusive o consumidor.
Devo parar por aqui. Que fique o
registro: foi-se o tempo em que os Correios era exemplo de eficiência, zelo e
credibilidade.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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