Através
da Copa do Mundo, a cada quatro anos, o futebol nos ajuda a criar um simulacro
de sentimento nacional. É como esquecêssemos um pouco as nossas dificuldades para
juntos torcermos pelo o escrete brasileiro.
A verdade nua e crua é que o
torcedor não está animado com a sua Seleção, ainda mais com o resultado pífio de
“1 a 1” contra a Suíça. Não é pra menos, depois daquele vexame da Copa de 2014,
onde o Brasil sofreu uma derrota humilhante por “7 a 1” para a Alemanha, no
Mineirão. Se o País era traumatizado pela derrota na final de 1950, ficou ainda
mais traumatizado com o resultado de 2014. Ficou feio... Muito feio!
Foi, sim, uma inesquecível tormenta.
Foi uma piada, uma gozação àquela derrota. Antes fosse, mas não foi. Um golpe a
nossa autoestima futebolística. Para muitos (entre os quais me incluo) não têm
desculpa, não têm perdão.
Podem me chamar de retrógrado e desinformado,
mas o desempenho da equipe brasileira tem muito a ver com a garra/vontade (amor
à camisa) dos seus jogadores, mesmo possuindo um talento inato. Ou seja, a
falta do sentimento futebolístico, do tipo: “O mito do amor à camisa” ou a
romantização exaltada por Nelson Rodrigues “A Pátria de Chuteiras”.
Faz sentido. Hoje o futebol é uma
indústria. Em especial o futebol brasileiro, que possui uma predisposição
natural de formar craques para jogar no exterior. Simples assim, o dinheiro
adentrou no futebol em busca do enriquecimento rápido e corrompeu aquilo que
existia há algumas décadas: o amor à camisa.
Chego à conclusão: quem ama o clube
de futebol mesmo é o torcedor. Que compra camisa, que vai aos estados sem
conforte e sem segurança, às vezes de baixo de sol e chuva, apenas para torcer
pelo seu time de coração.
Tenho esperança de que o sofrimento
da Copa de 2014 nos traga crescimento - reverenciando sempre o amor à camisa -,
e não apenas autopiedade.
LINCOLN
CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em administração
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