Até que enfim consegui realizar um
grande sonho: assistir um show ao vivo desse gênio, mestre e grande poeta da
música popular brasileira. Eu bebo na fonte de Chico. Ele é realmente
insuperável, arrasa em tudo que faz em termo de música.
Esse
show, chamado “Caravanas”, baseado no seu mais recente disco, ocorreu no Teatro
Guararapes, último sábado (5/5), em Olinda. O repertório contempla canções
novas, como também, clássicos da respeitada carreira de mais de cinco décadas,
como “Retrato em branco e preto”, “Iolanda”, ”Partido alto”, “Todo sentimento”,
“Sabiá”, “Geni e o zepelim”, “Futuros amantes” e “Paratodos”.
Foi, sim, uma satisfação vê-lo no
palco. A bem da verdade, eu estava ali para reverenciá-lo por tudo aquilo que
ele representa para nossa cultura musical. Não importa qual seja a posição
política do Chico Buarque, o que importa é a sua genialidade: de cronista e
letrista. Alguns babacas, intolerantes, por sua vez, ficam tirando sarro dessa
situação (ideológica). Pura idiotice, santa ignorância!
Chico continua soberano, estilo
elegante, sóbrio e ao mesmo tempo coloquial. Apesar de sua idade (73 anos),
apresentou-se com incrível performance: cantando, dançando e brincando com
público. Às vezes, o cantor titubeia, esquece a letra e é socorrido pela plateia
que o admira com fervor.
Nesse passeio “buarqueano”, veio-me
à cabeça o elogio feito por outro poeta maior Carlos Drummond de Andrade,
através de uma crônica, quando Chico lançou a música “A banda”: “E se o que era
doce acabou, depois que a banda passou, que venha outra banda, Chico, e que
nunca uma banda como essa deixe de musicalizar a alma da gente”.
O sucesso de Chico, como cantor e
compositor, um ourives dos versos e melodias, nos leva a reflexão de que a
gente precisa caminhar para um mundo mais sensível, capaz de amar e perdoar.
LINCOLN
CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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