Lá
se vão onze anos, em fevereiro de 2007, exatamente no período momesco que
passei a escrever semanalmente para este precioso, ético e combativo jornal, na
condição de um modesto articulista.
Não sei, mas tive a impressão de me
achar para os outros um “possível leitor”, e fui enfrente – escrevendo. Nos
textos, procuro (pelo menos, tento) manter o sabor pessoal e direto da boa
conversa, das ideias surgidas do nosso cotidiano, da busca de levantar
interrogação ali onde tudo parece estar definido.
Vem-me à memória que o meu primeiro
artigo aqui publicado versava sobre o “Carnaval”, nossa grande festa popular.
Oportunidade em que eu falava de um folião amigo chamado Cordeiro, estrepitoso
e irreverente, quando estava de pileque dizia: “Cara, carnaval é isso aí! Não
preciso ir ao bloco, o bloco é que vem a mim. E completava: “É só engolir a
dolorosa, na companhia de uma bela mulher, e entrar na folia”.
Registrado, também, naquele texto,
que o Carnaval só poderia ser entendido olhando-se para trás. Foi aí que me dei
conta de que, quando criança, em minha terra natal (Cajazeiras) vivenciei os
carnavais inesquecíveis e eternos, com os salões dos clubes (Tênis e 1º de Maio)
caprichosamente decorados de máscaras, confetes e serpentinas; animados ao som
da orquestra da cidade, cuja sua marca registrada era tocar as velhas
marchinhas carnavalescas. É, sim, um pedaço gostoso do meu passado.
Faz-se imperativo ressaltar que foi
a partir do referido artigo que passei montar minhas ideias e compreender melhor
às coisas deste mundo: na vida, nada é completamente bom nem completamente mau.
A sua releitura tem o sabor nostálgico da descoberta da literatura como uma
necessidade cultural.
Ops! Devo parar por aqui. Bom Carnaval!
Que alegria, amor e folia permaneçam sempre em todos os corações.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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