Uma
coisa é combater a criminalidade, outra é não permitir. A iniciativa de
intervir militarmente no Rio de Janeiro é mais que bem-vinda, embora tardia.
Pouco importa se por trás dessa medida haja algum viés populista.
É bandeira demais ficar perdendo
tempo com essas miudezas diante da baderna criminosa que se instalou no Rio.
Nenhum brasileiro de bem deixará de torcer pelo sucesso dessa operação militar.
O fato é que o Estado do Rio de Janeiro é uma terra arrasada por décadas de
desmandos administrativos, corrupção e crime organizado.
A escalada de violência na cidade
fluminense atingiu níveis alarmantes. Dói. Como dói. Crianças e adolescentes
são mortos por balas perdidas. Apenas no mês de janeiro registraram-se 640
tiroteios; em 2017 foram assassinados 134 policiais e outras 1.124 pessoas. A
situação beira o inacreditável.
A fórmula para vencer o crime já se
provou eficaz pela força da intervenção militar, em outros lugares. Tomamos
como exemplo, Medellín, na Colômbia, que tive oportunidade de conhecê-la. Era a
cidade mais violenta do mundo – chegou a registrar 380 homicídios por 100.000
habitantes (o Rio já tem 31,9).
Não só no Rio, mas em todo o Brasil,
precisa de uma ampla reforma do seu sistema de segurança. Uma polícia mais bem
treinada, integrada, honesta, bem paga e que faça extensivo uso de inteligência
e tecnologia. Que atue de acordo com a lei e que esteja orientada à solução dos
problemas da comunidade.
O colapso da nossa segurança pública
tem tudo a ver com o tráfico de drogas. As políticas puramente repressivas de
combate ao tráfico e ao consumo se mostraram ineficientes. O aconselhável é
tratar o tema pela ótica da saúde pública, e a legalização gradual deve ser debatida
com coragem. Mas isso é assunto para outro bate-papo.
Sem medo de errar, podemos dizer: ser
contrário à defesa de uma população deslegitima qualquer razão crítica.
LINCOLN
CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
Nenhum comentário:
Postar um comentário