Fiquei
alguns dias matutando sobre o que eu poderia escrever diante da crise moral
(suprassumo da canalhice) que atinge o nosso País. Principalmente a perspectiva
do ser humano em relação ao seu futuro. E quando ele tem filhos, esse receio
vira um assombro.
Por mais desagradável que esse tema
possa ser, é incontestável bater de frente com os fatos. Mesmo sabendo que
viver não é seguro. Viver não é fácil. A presença dos pais é um raro estalo de sensibilidade,
quando se trata da defesa da família.
Não quero virar aqui aqueles
nostálgicos que vivem murmurando pelos cantos “no meu tempo é que era diferente...”.
Um pai super-herói, um mito que tentariam copiar. Mas o presente chegou
diferente. Enquanto todo mundo grita contra a crise que assola o país, a
garotada ultraconectada não está nem aí.
Pior é que eles acham que já têm
muita quilometragem rodada e sabem tudo, e o que não sabem eles inventam. É
triste testemunhar a que ponto o vazio existencial consegue entortar a cabeça
dessa garotada, aniquilando com qualquer resquício de bom senso e de uma visão
oba-oba da vida que acreditam ter.
Outro dia conversando com uma
senhora que me falava sobre o futuro do seu filho adolescente. Ela me disse que
ele pouco está se lixando para o momento conturbado que o Brasil está
vivenciando. Apenas pensa em fundar um startup e criar um aplicativo que logo
vende a um grupo estrangeiro para que ele possa gozar a vida viajando com
mochila nas costas. Coitado! Não é por aí.
Isso mostra que o futuro que você
(pai) imagina para seus filhos é completamente diferente do que eles desejam
para si. Porém, não é motivo para baixar a cabeça, e sim, lhes mostrar que suas
conquistas são frutos de trabalho árduo e de muitos sacrifícios. Um dia eles
agradecerão por isso e farão o mesmo com seus filhos.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
Nenhum comentário:
Postar um comentário