Assisti boa parte do depoimento que
Lula prestou ao juiz Sérgio Moro. Confesso que senti um misto de tristeza e
decepção ao ver o ex-presidente ali humilhado, de certa forma, também restou
humilhado o povo brasileiro, que nele depositou tantas esperanças. Só um
incauto que assistiu a tal audiência possa ter outra explicação diferente.
Até poucos anos atrás, era
inimaginável alguém questionar sobre a honorabilidade de Lula. A prova é que
ele chega ao fim do seu governo (2010) com uma aprovação popular de 83%. Agora,
ele pensa que, se for preso, virará mártir, que haverá guerra civil no País,
que o MST marchará com suas bandeiras vermelhas em tom triunfante e desafiador,
bloqueando rodovias e parando o Brasil.
Mais do que nunca, a trupe de Lula
está no mesmo barco, cúmplice do mesmo escândalo de corrupção. Território em
que circulam mentiras e notícias falsas com notável desembaraço. Ademais, não
acho que Lula seja ainda popular a ponto de sua prisão causar abalo na ordem
social. Discordo daqueles ao afirmar: prendê-lo será torná-lo mártir e oferecer
um discurso político a seus seguidores.
Numa conversa com amigos, comentei a
possibilidade que ele pudesse concorrer à eleição de 2018, para a felicidade
dos petistas. Seja para concorrer ou perder. Acontece que, um candidato com
tanta denúncia no prontuário e com tamanho bombardeio à sua volta, dificilmente
sobreviveria a uma campanha eleitoral.
A pergunta que não quer calar é
esta: como os militantes do PT, que sempre defenderam a boa política e as boas
práticas governamentais, estão encarando essa nova realidade? A minha grande
preocupação é “o silêncio dos bons”, como disse Martin Luther King.
Acreditem: estamos iniciando uma
nova era da moralidade republicana. Quem viver, verá!
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado
e mestre em Administração
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