segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Colapso dos encarcerados (II)

            Trata-se de mais uma incúria e boçalidade administrativa imperante no setor prisional brasileiro. É verdade. Tendo a falta da gestão do sistema como outra agravante ao problema.
            Querem ver. Nem a classificação de periculosidade é realizada. Ladrão de galinha fica misturado com assaltante de banco. Um exemplo disso foi o caso de um senhor de 65 anos, preso por não pagar pensão ao neto, dividindo a cela com todo tipo de bandidos. Isso mata a credibilidade de instituições e autoridades.
            Com toda a vênia, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, igual ao governador do Amazonas, não consegue juntar lé com crê numa frase inteligível que explica a crise prisional. Mormente quando simplifica essa carnificina como sendo decorrente da corrupção. Tachando quem pensa diferente como “pseudoespecialista”. A maneira mais banal e tosca é fugir da realidade das nossas penitenciárias. Ridículo e um desrespeito ao cidadão brasileiro, a um assunto de tamanha relevância, que não merece destaque nem nas redes sociais nem em programas de fofocas.
            Já escrevi em meu blog e repito aqui: o sistema penal brasileiro está falido, está podre. Nosso País é onde mais se mata no mundo. Em 2015, forma 58 mil homicídios. A Índia, 2ª colocada nesse ranking funesto, teve 32 mil no mesmo ano.
            Acredito, piamente, que o trabalho dos presos é de essencial importância na reinserção social, na ocupação do tempo ocioso, na programação da readaptação e no preparo de uma atividade laboral. Infelizmente isso não ocorre. Apenas 16% da população trabalham, e somente 11% estudam.
            Há uma clara constatação de que a segurança pública ainda não é prioridade para os nossos governantes. Ora, se medidas duras e imediatas não forem tomadas, o Brasil vai perder para o crime.

                                                       LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                         lincoln.cosultoria@hotmail.com
                                                           Advogado e mestre em Administração
            

Nenhum comentário:

Postar um comentário