Quase tudo foi dito sobre essa
figura mística e controversa, mas muito longe de ser um grande estadista.
Avesso ao livre pensamento - deixou isso claro desde o início do processo
revolucionário em Cuba (1959).
Tem-se falado, e não sem boas
razões, quem sabe agora os cubanos possam descobrir como é doce a liberdade,
que Fidel escondeu de seu povo com mão de ferro durante meio século. Quem sabe
agora eles possam perseguir seus sonhos, conhecer o mundo, prosperar, ler e escreve
à vontade, serem donos do seu próprio destino.
Particularmente, não acredito. Mas
seria de uma ingenuidade cósmica imaginar que, com a morte de Fidel, Cuba vá
sair de seu atraso econômico e deixar de utilizar a violência e o autoritarismo
para calar a dissidência. Uma vez que permanece o ideário revolucionário sob o
comando do seu irmão, Raul Castro, e outros seguidores desvairados desse regime
ditatorial.
Olhando em retrospectiva, fica claro
que o regime comunista dos Castro foi diretamente responsável pela morte ou
pelo desaparecimento de 9.504 pessoas, segundo o projeto Cuba Archive. Só em
2016, já ocorreram 9.125 prisões por motivo político.
Quando lá estive, visitando a cidade
de Havana, em meados do ano passado, senti que o regime castrista era um doente
em estado quase terminal. Só para ter uma ideia dessa aniquilação. Ao perguntar
a um taxista se estava satisfeito e feliz com a vida que levara, ele assim
reagiu: usou a mão para imitar uma arma em direção a sua cabeça. Ou seja, não
podia falar, sob pena de ser preso e eliminado.
A bem da verdade, os seres pensantes
de Cuba ou fugiram, foram presos ou fuzilados. Restou uma massa de manobra, os
humildes que, por uma ração diária, tocam algum instrumento com a alegria dos
ingênuos em busca de míseros dólares.
Acho difícil que a história o
absolva, apesar de ter deixado um legado razoavelmente decente nas áreas de
saúde e educação ao povo cubano.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e
mestre em Administração
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