Tema que deve preocupar não só os
novos gestores, recentemente eleitos para administrar suas cidades, mas todos
aqueles que vivem e buscam por uma melhor qualidade de vida.
É bom prestarmos atenção em uma coisa:
nas últimas quatro décadas nosso país transformou-se de majoritariamente a área
rural em urbana, ou seja, 80% de nossa população vivem em cidades. Tem mais:
todos os dias, as cidades do mundo crescem cerca de 60 km² - uma área
equivalente ao distrito de Manhattan, em Nova York.
O recado dado nas urnas mostra que o
eleitor brasileiro não quer simplesmente escolher o “menos pior”. Já não mais
aceita atuação de modo empírico, improvisado ou despreparado. Sem falar,
evidentemente, do inarredável senso e respeito no trato do dinheiro público.
“O carro é o cigarro do futuro”.
Pincei essa frase do relato de uma entrevista concedida por Jaime Lerner,
considerado guru dos prefeitos e urbanistas por sua boa experiência na melhoria
do transporte público de Curitiba. Explicando melhor: sua defesa do transporte
público não elimina o uso do carro. Mas já antever o fim de uma era do carro.
Não é que não vai ter mais, mas ele será usado apenas para viagens, lazer.
Uma coisa puxa a outra. Segundo o
arquiteto, a prioridade para o transporte público pode ajudar o problema da
moradia nas cidades. Cada carro ocupa duas vagas, uma em casa e outra no
trabalho, o que dá 50m². Isso equivale o tamanho de muitas moradias populares.
Resolvendo, assim, o problema de habitação de muita gente.
Uma vez, em conversa entre amigos,
alguém comentou que o prefeito de hoje tem que ter admiração e completo
conhecimento da cidade que administra. Não se pode ajoelhar para os automóveis.
Tem que priorizar o bem comum, o coletivo, em vez do individual e do privado,
cuidar de quem cuida, reduzir desigualdades.
Estamos aguardando, dos futuros
gestores munícipes, um novo jeito de ser, de gerir e de pensar sobre as nossas
cidades.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado
e mestre em Administração
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