domingo, 4 de setembro de 2016

Fim da linha

            Felizmente, nossa democracia está madura o suficiente para superar o episódio traumático do impeachment. Lamentando, apenas, o fatiamento bizarro de sua votação final que culminou em não inabilitar Dilma Rousseff após a cassação de seu mandato.
            O governo petista chegou ao fim da linha. As evidências trazidas ao julgamento do impeachment estavam mais do que comprovados. Do ponto vista técnico, tivemos provas suficientes para sua condenação. Dilma caiu na mesma velocidade e proporção em que perdia a governabilidade e o apoio político.
            No auge da crise Dilma já estava confusa e não conseguia juntar “lé” com “cré”. Ora, o prejuízo causado pelo lulopetismo nos 13 anos de governo, irremediavelmente não será reparado com o impeachment de Dilma. Tal legado somente será saneado com o voto consciente do povo. E que sirva de exemplo a nova geração de políticos para que distinga e respeite a diferença entre o público e privado.
            A gestão do “capitalismo compadrio” da ex-presidente Dilma levou o Brasil às cordas: 12 milhões de desempregados (o maior índice do mundo), quebradeira quase que geral dos Estados e municípios, 300 comércios sendo fechado por dia, retrocesso da indústria em uma década, milhões de família retornaram às classes D e F. Total descalabro econômico.
            Lembro-me quando Dilma fazia parte do governo Lula, era tida como uma gestora excepcional, ou melhor, uma “gerentona”. Foi até chamada mãe do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento do Brasil. Mas, muita gente, naquela época, já não a achava essa Coca-Cola toda.
            De uma coisa todos temos certeza, não dá para ignorar a lisura do processo do impeachment e do seu resultado. Tenho certeza, mesmo não estando na peça acusatória, os senadores levaram em consideração na hora de votar: o volume das pedaladas de 2014, a tentativa de esconder o estado das contas públicas na campanha, o estelionato eleitoral, as barbeiragens no Congresso e a fatura econômica desastrosa deixada pelo seu governo.
            Não me parece razoável continuar com a tese debochada de golpe, uma vez que o instituto do impeachment tem previsão legal e constitucional. Em todo esse processo foi dado à Dilma o amplo direito de defesa, sob a vigilância explícita do Supremo Tribunal Federal. Persistir nesse blábláblá é de uma desinteligência atroz e de um desserviço ao nosso País. Hipocrisia acima do bem do povo e das instituições democráticas. Assim, poupe-nos de tamanho despautério.
            Ao governo Temer, rogamos para que tenha clareza de propósitos e coragem para fazer o que precisa ser feito.

           
                                         LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                         lincoln.consultoria@hotmail.com
                                           Advogado e mestre em Administração
           



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