Felizmente, nossa democracia está
madura o suficiente para superar o episódio traumático do impeachment.
Lamentando, apenas, o fatiamento bizarro de sua votação final que culminou em
não inabilitar Dilma Rousseff após a cassação de seu mandato.
O governo petista chegou ao fim da
linha. As evidências trazidas ao julgamento do impeachment estavam mais do que
comprovados. Do ponto vista técnico, tivemos provas suficientes para sua
condenação. Dilma caiu na mesma velocidade e proporção em que perdia a
governabilidade e o apoio político.
No auge da crise Dilma já estava
confusa e não conseguia juntar “lé” com “cré”. Ora, o prejuízo causado pelo
lulopetismo nos 13 anos de governo, irremediavelmente não será reparado com o
impeachment de Dilma. Tal legado somente será saneado com o voto consciente do
povo. E que sirva de exemplo a nova geração de políticos para que distinga e
respeite a diferença entre o público e privado.
A gestão do “capitalismo compadrio”
da ex-presidente Dilma levou o Brasil às cordas: 12 milhões de desempregados (o
maior índice do mundo), quebradeira quase que geral dos Estados e municípios,
300 comércios sendo fechado por dia, retrocesso da indústria em uma década,
milhões de família retornaram às classes D e F. Total descalabro econômico.
Lembro-me quando Dilma fazia parte
do governo Lula, era tida como uma gestora excepcional, ou melhor, uma
“gerentona”. Foi até chamada mãe do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento do
Brasil. Mas, muita gente, naquela época, já não a achava essa Coca-Cola toda.
De uma coisa todos temos certeza,
não dá para ignorar a lisura do processo do impeachment e do seu resultado.
Tenho certeza, mesmo não estando na peça acusatória, os senadores levaram em
consideração na hora de votar: o volume das pedaladas de 2014, a tentativa de
esconder o estado das contas públicas na campanha, o estelionato eleitoral, as
barbeiragens no Congresso e a fatura econômica desastrosa deixada pelo seu
governo.
Não me parece razoável continuar com
a tese debochada de golpe, uma vez que o instituto do impeachment tem previsão
legal e constitucional. Em todo esse processo foi dado à Dilma o amplo direito
de defesa, sob a vigilância explícita do Supremo Tribunal Federal. Persistir
nesse blábláblá é de uma desinteligência atroz e de um desserviço ao nosso
País. Hipocrisia acima do bem do povo e das instituições democráticas. Assim,
poupe-nos de tamanho despautério.
Ao governo Temer, rogamos para que
tenha clareza de propósitos e coragem para fazer o que precisa ser feito.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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