Sábia e oportuna a decisão assinada
pelo juiz da 17ª. Vara da Justiça Federal de MG ao liberar um camelô que foi
preso pela Polícia Militar enquanto vendia cigarros nas ruas da cidade de Belo
Horizonte, com a seguinte justificativa:
“Determino a imediata soltura de
José Cleuto de Oliveira Almeida, porque não há causa justa para a manutenção de
sua prisão. Efetivamente, o custodiado está a ganhar seu pão, enquanto os
bandidos deste país, que deveriam estar presos, estão soltos dando golpe na
democracia”.
Nenhuma inteligência sã pode ignorar
a repulsa desse magistrado. Como também, todo o povo brasileiro que assiste
atônito esse mar de lama que envergonha e entristece a nossa nação. Tendo assim
como responsável direto a classe política e seus parceiros camaradas
(corporações/empresas).
Diante das evidências, não tem mais
como os políticos jogarem para a arquibancada, em detrimento do bom senso e do
genuíno interesse público. Impondo uma queda de padrão moral sem precedentes à
vida nacional.
O que vejo, até aqui, o PT foi
protagonista dessa desordem institucional, cujo objetivo era manter um projeto
criminoso de poder. O tratamento para esse mal requer de nós resiliência para
quebrar paradigmas, muito rigor, austeridade e coragem, o que os opositores ao
projeto de medidas de combate à corrupção parecem confundir com autoritarismo.
Desculpem-me, mas, para mim, nunca
houve, no Brasil, um representante partidário tão insolente, tão cínico, tão
oportunista quanto Luiz Inácio Lula da Silva - taí a revelação (da
propinocracia) dos procuradores da Lava-Jato. No tocante aos seus admiradores,
com certeza, estão todos surpresos e desencantados feito marido enganado que,
até a véspera, confiava cegamente na esposa.
Longe do “complexo de vira-lata”,
fortemente identificado pelo dramaturgo Nelson Rodrigues, cabe cá registrar que
o americano mede os políticos da atualidade pela estatura de Washington,
Lincoln ou Jefferson. No Brasil, José Bonifácio ou Joaquim Nabuco são apenas
sombras retroativas que as figuras excêntricas como Lula, Tiririca, Wesley
Safadão...
Vale lembrar o discurso do ministro
Celso de Melo, na posse da ministra Carmem Lúcia como presidente do STF, quando
diz: “Os cidadãos desta República têm o direito de exigir que o Estado seja
dirigido por administradores íntegros, legisladores probos e juízes incorruptíveis”.
Precisar dizer mais?
Ora, direis, o impeachment não foi o epílogo
da luta contra as práticas desonestas, mas a continuidade da batalha para
higienizar a vida pública.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado
e mestre em Administração
Nenhum comentário:
Postar um comentário