domingo, 18 de setembro de 2016

Desencanto com os políticos

            Sábia e oportuna a decisão assinada pelo juiz da 17ª. Vara da Justiça Federal de MG ao liberar um camelô que foi preso pela Polícia Militar enquanto vendia cigarros nas ruas da cidade de Belo Horizonte, com a seguinte justificativa:
            “Determino a imediata soltura de José Cleuto de Oliveira Almeida, porque não há causa justa para a manutenção de sua prisão. Efetivamente, o custodiado está a ganhar seu pão, enquanto os bandidos deste país, que deveriam estar presos, estão soltos dando golpe na democracia”.
            Nenhuma inteligência sã pode ignorar a repulsa desse magistrado. Como também, todo o povo brasileiro que assiste atônito esse mar de lama que envergonha e entristece a nossa nação. Tendo assim como responsável direto a classe política e seus parceiros camaradas (corporações/empresas).
            Diante das evidências, não tem mais como os políticos jogarem para a arquibancada, em detrimento do bom senso e do genuíno interesse público. Impondo uma queda de padrão moral sem precedentes à vida nacional.
            O que vejo, até aqui, o PT foi protagonista dessa desordem institucional, cujo objetivo era manter um projeto criminoso de poder. O tratamento para esse mal requer de nós resiliência para quebrar paradigmas, muito rigor, austeridade e coragem, o que os opositores ao projeto de medidas de combate à corrupção parecem confundir com autoritarismo.
            Desculpem-me, mas, para mim, nunca houve, no Brasil, um representante partidário tão insolente, tão cínico, tão oportunista quanto Luiz Inácio Lula da Silva - taí a revelação (da propinocracia) dos procuradores da Lava-Jato. No tocante aos seus admiradores, com certeza, estão todos surpresos e desencantados feito marido enganado que, até a véspera, confiava cegamente na esposa.
            Longe do “complexo de vira-lata”, fortemente identificado pelo dramaturgo Nelson Rodrigues, cabe cá registrar que o americano mede os políticos da atualidade pela estatura de Washington, Lincoln ou Jefferson. No Brasil, José Bonifácio ou Joaquim Nabuco são apenas sombras retroativas que as figuras excêntricas como Lula, Tiririca, Wesley Safadão...
            Vale lembrar o discurso do ministro Celso de Melo, na posse da ministra Carmem Lúcia como presidente do STF, quando diz: “Os cidadãos desta República têm o direito de exigir que o Estado seja dirigido por administradores íntegros, legisladores probos e juízes incorruptíveis”. Precisar dizer mais?
             Ora, direis, o impeachment não foi o epílogo da luta contra as práticas desonestas, mas a continuidade da batalha para higienizar a vida pública.


                                                   LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                   lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                    Advogado e mestre em Administração


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