domingo, 27 de março de 2016

O mito em queda livre

            Causa-me espécie uma pessoa como Lula, diante de sua história de líder político e líder sindicalista, esteja agora sendo manchete a todo instante, na imprensa nacional e até internacional, como chefe de um esquema de corrupção que atingiu não apenas o coração do Brasil, mas a alma do brasileiro.
            A nova realidade é essa. A toda hora a gente lê, vê e ouve desaforos e xingamentos cujo mote é penalizar Lula e varrer o PT do sistema eleitoral brasileiro. O projeto do Lulismo, aqui definido como guerra suja de poder, apequenou a política brasileira e desacreditou seus maiores representantes.
            As provas são contundentes contra Lula e seus seguidores, incluindo aí até a presidente Dilma Rousseff. Basta observar a movimentação das ruas, onde a população emite sinais de impaciência e o desejo da condenação sumária. O seu encanto, fascínio, atração, magia que ele conquistou em toda a sua vida, está atualmente em queda livre.
            Minha filha que mora fora do País, me falou que se sente envergonhada saber que o governo brasileiro colocou um ex-presidente, alvo de investigação, na condição de superministro. Decepcionada, ela comenta: em países sérios, se uma pessoa é alvo de suspeitas fundadas e está sob investigação, afasta-se ou é afastada do governo. Quem é alvo de investigação não assume qualquer função no governo. Infelizmente, no Brasil, ocorre o contrário.
            Não entra na minha cachola que uma empresa de bom coração, resolveu do nada, presentear com apartamento, sítio e outras cositas, sem cobrar nada em troca. Pena que bom coração não consta do DNA do capitalismo. Consta, sim, o lucro.
            Não é possível tentar iludir o País inteiro com essa conversa de “imprensa golpista”. Ora, se Lula crê que seus direitos estão sendo violados, não tem outra saída, é só procurar amparo nos tribunais superiores. Ou então, usar o despautério como José Dirceu, erguer o braço e fechar o punho como se fosse um guerrilheiro revolucionário.
            A retórica Lulista nunca soou tão inconveniente, e inadequada, como agora. Não é para menos: o cinismo dele é porque, antes, ele fazia o discurso da ética e da moralidade, de que era a “alma mais honesta deste País”. Mas depois ficou comprovado que o cara não tem nada dessa correção tão decantada. E sim: uma coleção de pecados nada veniais. Por tais razões, as pessoas estão lhe cobrando o preço da mentira.
            Lula, emparedado pelas falcatruas, independente do julgamento da Justiça, não há mais como escapar do julgamento da História, com letra maiúscula.


                                                    LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                    lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                     Advogado e mestre em Administração


           

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