sábado, 12 de março de 2016

Todos a esperançar

            Diz uma atriz no recente programa do PT, no papel de vendedora de cacho-quente: “Você tem que ser otimista, tem que ter esperança”. Mas como? Ora, sem a liberdade de sonhar com o futuro e a esperança de alcançá-lo, é impossível exigir sacrifícios para ousarmos em novos rumos.
            Eu penso comigo. Realmente, dói dizer isso, chegamos ao fundo do poço, ou quase. Deve-se reconhecer que a crise atual é resultado do fracasso da liderança de nossa presidente, fundamentado em conceitos equivocados.  
            Não adiante vir com essa conversa mole de “golpe da oposição”. As denúncias de corrupção no governo Dilma destruíram sua popularidade, fragilizou sua relação com o Congresso Nacional e comprometeu sua capacidade de governar.
            Seja qual for o desenlace, o Brasil não pode continuar refém da crise política e econômica. É preciso um freio de arrumação. O que está em jogo não é uma questão ideológica, mas o futuro do Brasil, que está ameaçado pela recessão, pela desorganização do sistema produtivo e pelo descrédito das instituições.
            Tem que discutir esse tema de forma desapaixonada. A pergunta que se coloca: Que futuro espera o Brasil? Terá a saída de Dilma a solução? Acho que sim, mas pela via de sua renúncia. Com a convocação de novas eleições. O processo será menos traumático.
            Não é preciso esforço para notar que a crise política e econômica que vivemos é uma crise, sobretudo, ética e moral. Por isso, a luz do sol é o melhor desinfetante, na expressão celebrizada pelo juiz da Suprema Corte dos EUA Louis Brandeis. Isso vale não apenas para revelar casos de corrupção e outros crimes que autoridades possam ter cometido, mas também para qualificar o debate público de ideias.
            O governo está cada vez mais isolado à deriva, sem condições de retomar leme. Não me lembro de outro ano tão ruim quanto 2015 (já há sinais que a desordem vai continuar em 2016). Talvez 1990, do governo Fernando Collor, mas por razões distintas: Collor havia confiscado a poupança dos brasileiros, mergulhando o País na tristeza e na decepção. Dilma não confiscou nada e qualquer comparação nesse aspecto com Collor é injusta. Apesar de sua cumplicidade com maracutaias.
            Vejam! Não podemos nos intimidar diante do medo da mudança. Uma nação é construída com base em princípios que conduzem a sociedade a agir com coragem e a superar as adversidades.
            O Brasil é maior do que tudo isso.
           

                                                          LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                          lincoln.consultoria@hotmail.com

                                                              Advogado e mestre em Administração

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