Diz uma atriz no recente programa do
PT, no papel de vendedora de cacho-quente: “Você tem que ser otimista, tem que
ter esperança”. Mas como? Ora, sem a liberdade de sonhar com o futuro e a
esperança de alcançá-lo, é impossível exigir sacrifícios para ousarmos em novos
rumos.
Eu penso comigo. Realmente, dói
dizer isso, chegamos ao fundo do poço, ou quase. Deve-se reconhecer que a crise
atual é resultado do fracasso da liderança de nossa presidente, fundamentado em
conceitos equivocados.
Não adiante vir com essa conversa
mole de “golpe da oposição”. As denúncias de corrupção no governo Dilma
destruíram sua popularidade, fragilizou sua relação com o Congresso Nacional e
comprometeu sua capacidade de governar.
Seja qual for o desenlace, o Brasil
não pode continuar refém da crise política e econômica. É preciso um freio de
arrumação. O que está em jogo não é uma questão ideológica, mas o futuro do
Brasil, que está ameaçado pela recessão, pela desorganização do sistema
produtivo e pelo descrédito das instituições.
Tem que discutir esse tema de forma
desapaixonada. A pergunta que se coloca: Que futuro espera o Brasil? Terá a saída
de Dilma a solução? Acho que sim, mas pela via de sua renúncia. Com a convocação
de novas eleições. O processo será menos traumático.
Não é preciso esforço para notar que
a crise política e econômica que vivemos é uma crise, sobretudo, ética e moral.
Por isso, a luz do sol é o melhor desinfetante, na expressão celebrizada pelo juiz
da Suprema Corte dos EUA Louis Brandeis. Isso vale não apenas para revelar
casos de corrupção e outros crimes que autoridades possam ter cometido, mas
também para qualificar o debate público de ideias.
O governo está cada vez mais isolado
à deriva, sem condições de retomar leme. Não me lembro de outro ano tão ruim
quanto 2015 (já há sinais que a desordem vai continuar em 2016). Talvez 1990, do
governo Fernando Collor, mas por razões distintas: Collor havia confiscado a
poupança dos brasileiros, mergulhando o País na tristeza e na decepção. Dilma
não confiscou nada e qualquer comparação nesse aspecto com Collor é injusta. Apesar
de sua cumplicidade com maracutaias.
Vejam! Não podemos nos intimidar
diante do medo da mudança. Uma nação é construída com base em princípios que conduzem
a sociedade a agir com coragem e a superar as adversidades.
O Brasil é maior do que tudo isso.
LINCOLN
CARTAXO DE LIRA
Advogado
e mestre em Administração
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