Todos
nós sabemos que a água é um recurso essencial a vida e de extrema importância
para o desenvolvimento de um país. Não só a região do Nordeste tem sofrido com
a falta d’água, como também o Sudeste tem experimentado o que é considerada a
pior crise hídrica da história.
Chegou a hora de todo o Brasil se
preocupar com o futuro e tomar atitudes a fim de economizar e preservar a água.
Com exceção da região Norte, nenhuma outra está imune à falta de chuvas e à
escassez de água. Mudanças climáticas exigem novos paradigmas e alternativas
que superem a lógica do mercado. Sabe-se que a problemática das cidades
brasileiras é que, dentro de poucas décadas, a população tende a ter melhor
nível de renda, o que poderá refletir em uma ocupação urbana mais intensa e com
maior consumo de energia, combustível e água nas cidades.
Reparando direitinho, será preciso
não apenas deixar de derrubar florestas e de contaminar água dos rios e dos
oceanos, mas produzir alimentos de forma agroecológica e recriar florestas nos
espaços possíveis, bem como respeitar os direitos da Terra de ter córregos,
rios e mares com águas limpas; será preciso aprender a usar com eficiência e
cuidado a energia, assim como a produzir a energia realmente necessária com o
uso dos raios e do calor do sol, dos ventos, do movimento natural das águas,
dos materiais orgânicos dos lixos e esgotos.
Olha uma coisa que eu não me habituo
é com a promessa não cumprida. Como é o caso da transposição do Rio São Francisco.
Ali está um retrato do nosso tempo, um tempo cinza-escuro, um tempo sombrio. A
retórica desconexa e o raciocínio enviesado quando se trata da conclusão dessa
grande obra. Por isso me vem à pergunta: Mas que diabo o governo até agora não
concluiu essa obra de fundamental importância para o Nordeste? Há quem aposta
que é por falta de interesse ou de desejo. A questão, permissa vênia, é de
comprometimento.
Tudo isso me faz lembrar que a
promessa de sua conclusão foi prevista ainda no governo Lula: “Vai ser
inaugurada definitivamente em 2012, a não sê que aconteça um dilúvio ou
qualquer coisa”. Pois bem. Dilúvio não houve, nem se soube de qualquer outra
coisa suficientemente poderosa para ordenar ao São Francisco que permanecesse
onde sempre esteve.
Fecho esse artigo dizendo que realmente
somos um país privilegiado, com a maior reserva de água doce do mundo.
Possuímos a maior bacia hidrográfica do planeta (Amazônica), além da maior
planície alagada do mundo (Pantanal), entre outros recordes de água doce. O
Brasil é referência em água do mundo. Porém, é preciso conservação, tecnologia
e interesse político para que esse recurso seja revertido em benefício para os
brasileiros.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre
em Administração
Nenhum comentário:
Postar um comentário