sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A importância da política

       Como o espaço desta coluna é meio apertadinho, não dá para desenvolver o tema do presente texto como eu gostaria. Mas... Antes de qualquer coisa: devo dizer que a política de que tanto se fala por aí não é só a partidária – porque esta é uma espécie dentro de um gênero.
            É preciso, pois, lembrar que a Política, com P maiúsculo, é tão essencial quanto o ar que respiramos para oxigenar a vida social. Muita gente detesta política, e enche a boca, até com orgulho, para dizer isso. Trata-se de um erro. Querendo ou não, todos nós praticamos política o tempo todo. É impossível viver em sociedade sem exercê-la por ação ou omissão.
            Temos vivido um perigoso processo de desenvolvimento com a política. Razões não faltam para esse mal-estar generalizado. E não adianta vociferar que detesta a política: reclamando ou tirando sarro dos agentes da política. Esse descaso trás um grande prejuízo pelo destino da cidade, do estado ou do país.
            Há não muito tempo, li uma brilhante reflexão do dramaturgo e poeta Bertolt Brecht, que o pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. 
            Que fique claro: enquanto estivermos vivos, seremos naturalmente permeáveis à política, pois ela se manifesta a todo instante em nosso modo de vida. Podemos, logicamente, temperá-la com alguma dose de desprezo, indiferença, zombaria ou agressividade, tornando-a nociva à saúde da sociedade da qual fazemos parte, mas jamais renunciá-la.
            Com ou sem vontade, a política está seguindo um curso do qual nós somos agentes ativos (faz parte dele) e passivos (sofre seus efeitos) ao mesmo tempo. E todo o progresso ou penúria coletiva produzida pela política chegará até nós. Tá aí o caso da roubalheira na Petrobras. Um bom exemplo da prática política envernizada de corrupção, na medida em que varreram do mapa os valores morais da honra, da ética e da decência. E, no fim das contas, um pote até aqui de mágoa. Ou melhor: uma situação descrita como “ponto fora da curva”.
            Eu não hesitaria em dizer que, se não houver uma reforma política no Brasil, os partidos e sua política institucional cairão em descrédito ainda maior e irão perdendo a legitimidade. Ou seja, se aprofundará uma crise política do País. Como bem define um ministro do STF, cenário desolador, prova de que a ideologia dos programas partidários não tem nenhum valor, o que tem valor é outra coisa.
Já pensou nisso? Pois se não pensou, pense.

                                                            LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                            lincoln.consultoria@hotmail.com

                                                              Advogado e mestre em Administração

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