domingo, 1 de março de 2015

A Cuba turística

       Quando contei, no início deste ano, que iria para Cuba na semana do Carnaval, os amigos quase avançaram no meu pescoço: “Que danado você vai fazer lá?” ou “O que tem para se ver nesse país?”. Jamais poderia ter sido mais feliz na minha escolha.
            É preciso viajar um bocado pelo mundo para se dar conta de que Aristóteles estava certo ao citar a fraseologia: “É natural no ser humano o desejo de conhecer”. Melhor ainda repetir, de vez enquanto, a prece de Maomé: “Senhor, mostra-me as coisa como são”.
            A situação de Cuba é muito parecida com uma panela de pressão. Ficou cozinhando por muito tempo, sem ninguém para observar o que estava acontecendo. Até que uma hora a pressão vai ser tanta que não dá para ignorar. Mas isso é assunto para o próximo artigo.
            Vamos falar o que esse país tem de bom, principalmente para quem vai visitá-lo na condição de turista. A primeira impressão que Havana causa é a de uma cidade com a aparência de um passado opulento e reluzente, marcada pela imponência de sua arquitetura colonial e neoclássica, por uma ostentação há lembrar os tempos faustos em que Havana era, por assim dizer, o cassino dos Estados Unidos.
            Cuba possui a maior frota de automóveis clássicos americanos (Chevrolets, Fords, Cadillacs, Dodgs, Buicks...) dos anos 20 a 50 fora dos EUA. Estima-se que são 50 mil automóveis, alguns em ótimo estado, outros caindo aos pedaços. Encontrei vários deles enfileirados na orla do Malecón, avenida que corta a beira-mar e onde está também um extenso calçadão que os havanos usam para se exercitar, se divertir... pescar e namorar.
            Sim. É verdade que os cubanos são como hermanos, parecidos com os brasileiros, talvez mais que qualquer outro povo latino-americano. O prato tradicional, moros y cristianos, é mistura de arroz com feijão. O drinque é o mojito – coquetel á base de rum branco, limão, hortelã, açúcar e água tônica. À noite, vale a pena conhecer o cabaré Tropicana – espetáculo com muitas plumas, vestidos coloridos de suas muchachas, e bons cantores. Aliás, em Havana, ecoa música em cada esquina.
            Algo, entretanto, registrar: mal eu havia acabado de chegar, procurei logo conhecer o bar La Bodeguita Del Medio, o mais famoso de Havana, juntamente com o Floridita, por ter sido o preferido de Hemingway, Fidel e Nat King Cole para tomar mojitos. O interior do seu ambiente está completamente decorado com retratos de figura ilustre que ali visitaram e, para minha surpresa (ou não!), estava lá a foto do nosso ex-presidente Lula curtindo também essa cultura etílica, sem nenhum ismo.
            Não tenham dúvida: Cuba é uma viagem ao passado e ao presente desta ilha tão polêmica.


                                                                            LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                                                        lincoln.consultoria@hotmail.com                                                     
                                                                                                           Advogado e mestre em Administração
                                                                                            
           

           

            

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