Chegou
a hora de o Brasil tirar algumas lições da política educacional da Coreia do
Sul. Não é por acaso que esse país é considerado como uma das melhores do mundo
quando se trata de importantes exames internacionais para avaliação da
educação.
Tal resultado é consequência da
valorização cultural que a educação recebe na sociedade sul-coreana, tendo sido
eleita como base fundamental para a reconstrução de uma nação devastada pela
invasão japonesa e, posteriormente, pela guerra com a Coreia do Norte.
Impressiona-me, mesmo com o país
desenvolvido, a educação continua sendo a grande preocupação do governo
sul-coreano. Entre os países do mundo que melhor aplicam seus recursos nesse
setor, a Coreia do Sul investe na capacitação dos professores, em material de
apoio, na estrutura e no bom funcionamento das escolas. O sucesso de sua
educação, no que diz respeito ao seu financiamento, foi resultado da composição
entre elevados investimentos governamentais na base e grande participação da
iniciativa privada, em percentagens crescentes, conforme o nível de ensino
avança.
Com a universalização da educação
básica e a garantia de formação técnica e vocacional, criou-se uma mão de obra
especializada e qualificada para suprir as necessidades de industrialização do
país, o que abriu caminho para uma meteórica ascensão da economia sul-coreana. E
assim vai, e vai longe.
Além do mais, para acompanhar os
novos desafios do século XXI, o governo ampliou o ensino superior e técnico,
bem como incentivou a formação de novos pesquisadores, visando ao crescimento
de indivíduos preparados para uma era de novas tecnologias. O fruto desse
investimento é visível: a Coreia do Sul despontou como referência em ciência e
inovação, sendo exportadora de produtos tecnológicos e figurando como a 14ª.
economia do mundo. Com reflexo, as marcas sul-coreanas têm hoje grande presença
mundial, a exemplo do Hyundai, Daewoo, Kia, LG, Samsung, entre outras.
Olha só! A principal razão que me
fez escrever este texto foi a de demonstrar que é escárnio, é besteira e é até
um tiro no próprio pé da propaganda enganosa governamental quando se refere à
educação brasileira. Uma absoluta incoerência entre a fala e o fazer, o que
leva à falta de credibilidade e confiança. Uma letargia beirando a
irresponsabilidade.
Oxalá ventos de inteligência soprem
as nossas autoridades para que invista pesadamente na educação, assim como fez
e faz a Coreia do Sul. Não basta nos fazer engolir o argumento cínico que “a
nossa educação tem melhorado bastante”.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre
em Administração
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