quinta-feira, 29 de maio de 2014

Uso exagerado do celular

            Outro dia, ao final de uma caminhada, a conversa caiu sobre o tema cada vez mais frequente em encontros sociais: o uso exagerado do celular. Razão pela qual nos levou oxigenar o presente debate.
            Quero dizer que não tenho idolatria cega por celulares. Reconheço que é algo que tomou conta do mundo inteiro. Um dos motivos é o fato dos celulares terem cada vez mais funcionalidade, principalmente quando inclui a internet.
            Os recursos do celular encantam qualquer um, o que induz a dependência. Exige um processo de reeducação, pois o sujeito não pode ficar subserviente a tais aparelhos e esquecer as pessoas à sua volta. Tem-se criar um limite razoável, e administrar a forma adequada do seu uso.
            Vejo de forma positiva aqueles que tiram proveito de forma inteligente para gerenciar a vida pessoal e profissional. Acho o fim da picada você está com alguém e essa pessoa não consegue tirar o olho do aparelho. É um descaso, um desrespeito total. E pior: pra ver o quê? Uma foto baixada, uma anedota nova, um “e aí, mermão?” etc.
            Com a popularização dos smartphones, está cada vez mais comum se deparar com pesquisas que apontam a dependência dos usuários em relação a seus telefones celulares. O vício já ganhou até nome “nomofobia”, que é a angústia relacionada à possível perda do celular ou a incapacidade de ficar sem o aparelho por mais de um dia.
            Não é mais novidade. O assunto já virou piada. Agora o povo se encontra no whatsApp, namora pelo shype, bota chifre no facebook, termina namoro via sms... Daqui a pouco vão casar via pen drive, fazer ficha via bluctooth e os filhos vão nascer pela impressora.
            A relação inseparável das crianças com iPhone, Twitter, Facebook e Instagram tem deixado os pais em situação pavorosa. Isso fica mais patente quando a família está num restaurante e a meninada grudada no celular, esquecendo até de comer.
            Não por acaso que essa questão foi trazida à baila, quando do recente encontro que tive com o meu querido amigo Dr.Péricles Serafim, médico aposentado, após prestar relevantes serviços à sociedade paraibana. E aí, através de sua voz pausada e sua presença de espírito fulminante, não poupou críticas ao se referir o uso exagerado do celular. E mais: com seu tom professoral, modulado por uma nota de espanto, registrou-me - numa viagem que fez há poucos dias com sua família - a proeza surreal do seu neto (Esteves, 12 anos) de caminhar pelas ruas sinuosas da cidade sem tirar os olhos da telinha do celular. E conclui: “Coisa de fazer inveja até artista de circo!”.
            Aliás, já tem uma brincadeira nova nos happy hours: todos colocam os celulares na mesa e ninguém pode pegar, se pegar, paga a conta. Pense no aperreio!


                                                        LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                        lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                         Advogado e Mestre em Administração
                                                                                                        

             

Nenhum comentário:

Postar um comentário