Já faz um bom tempo que o tema
cidadania passou a ser mais ventilado no mundo contemporâneo. Tornando-se mais
presente quem detém o poder político, na produção intelectual e nos meios de
comunicação (rádio, jornal, TV).
Temos que aprender que cidadão
significa ter direitos e deveres, ser súdito e ser soberano. A proposta mais
fundo de cidadania é a de que todos os homens são iguais ainda que perante a
lei, sem discriminação de raça, credo ou cor. Enfim, o direito de ter uma vida
digna de um ser humano.
Na categoria cidadania, no caso
brasileiro, isso parece um tanto utópico e ilusório. O pressuposto básico para
a existência da cidadania é o de que os sujeitos ajam e lutem pelos seus
direitos.
Assim ocorreu... Quando partimos,
nós moradores do entorno do Supermercado Manaira (sito no bairro homônimo),
para que o referido estabelecimento comercial cumprisse simplesmente a lei. E
não existia outro caminho que não fosse impor limites, diante da incompetência
dos órgãos de fiscalização e da malandrice revelada dos infratores.
Vale aqui relembrar a situação,
conforme relato no meu artigo “Desrespeito à lei”, publicado neste espaço
(Opinião, 21/01/14). Pois é: qualquer pessoa com mínimo de bom senso sabe que
aquilo era uma aberração. Como pode a população residente num raio de cem
metros do citado estabelecimento não conseguir dormir direito em razão da
poluição sonora diurna, vespertina e noturna causada permanentemente pelo mau funcionamento
dos maquinários de refrigeração e do barulho estarrecedor de “carga e descarga”
das mercadorias. Pode crer, uma coisa absurda! Um exemplo perverso!
A bandeira de luta foi conquistada
na linha, como se diz no interior, ou vai ou racha. Foi preciso que os moradores se organizassem e
buscassem junto às redes sociais, jornais e o Ministério Público providências
para que esse descalabro acabasse de vez. Agora, o trânsito flui
tranquilamente, não há mais calçadas abarrotadas de mercadorias e tampouco
pessoas atravessando as ruas ao transportar seus produtos, perigosamente.
Às vezes paro, penso e chego à
conclusão que devemos continuar persistindo como povo em vencer os velhos
estigmas de nossa cultura. Mas não se pode negar que o famoso jeitinho
brasileiro (de esperteza, de ludibriar alguém e de pagar suborno) continua
ainda com muito fôlego e, no campo das reflexões éticas, teremos ainda muito
que discutir e fazer.
Goste-se ou não, vamos continuar
lutando para sobreviver nesse caldo cultural movidos pelos impulsos do jeitinho.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e Administrador de Empresas
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