terça-feira, 13 de maio de 2014

Vitória da cidadania

            Já faz um bom tempo que o tema cidadania passou a ser mais ventilado no mundo contemporâneo. Tornando-se mais presente quem detém o poder político, na produção intelectual e nos meios de comunicação (rádio, jornal, TV).
            Temos que aprender que cidadão significa ter direitos e deveres, ser súdito e ser soberano. A proposta mais fundo de cidadania é a de que todos os homens são iguais ainda que perante a lei, sem discriminação de raça, credo ou cor. Enfim, o direito de ter uma vida digna de um ser humano.
            Na categoria cidadania, no caso brasileiro, isso parece um tanto utópico e ilusório. O pressuposto básico para a existência da cidadania é o de que os sujeitos ajam e lutem pelos seus direitos.
            Assim ocorreu... Quando partimos, nós moradores do entorno do Supermercado Manaira (sito no bairro homônimo), para que o referido estabelecimento comercial cumprisse simplesmente a lei. E não existia outro caminho que não fosse impor limites, diante da incompetência dos órgãos de fiscalização e da malandrice revelada dos infratores.
            Vale aqui relembrar a situação, conforme relato no meu artigo “Desrespeito à lei”, publicado neste espaço (Opinião, 21/01/14). Pois é: qualquer pessoa com mínimo de bom senso sabe que aquilo era uma aberração. Como pode a população residente num raio de cem metros do citado estabelecimento não conseguir dormir direito em razão da poluição sonora diurna, vespertina e noturna causada permanentemente pelo mau funcionamento dos maquinários de refrigeração e do barulho estarrecedor de “carga e descarga” das mercadorias. Pode crer, uma coisa absurda! Um exemplo perverso!
            A bandeira de luta foi conquistada na linha, como se diz no interior, ou vai ou racha.  Foi preciso que os moradores se organizassem e buscassem junto às redes sociais, jornais e o Ministério Público providências para que esse descalabro acabasse de vez. Agora, o trânsito flui tranquilamente, não há mais calçadas abarrotadas de mercadorias e tampouco pessoas atravessando as ruas ao transportar seus produtos, perigosamente.
            Às vezes paro, penso e chego à conclusão que devemos continuar persistindo como povo em vencer os velhos estigmas de nossa cultura. Mas não se pode negar que o famoso jeitinho brasileiro (de esperteza, de ludibriar alguém e de pagar suborno) continua ainda com muito fôlego e, no campo das reflexões éticas, teremos ainda muito que discutir e fazer.
            Goste-se ou não, vamos continuar lutando para sobreviver nesse caldo cultural movidos pelos impulsos do jeitinho.
           

                                                          LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                          lincoln.consultoria@hotmail.com

                                                          Advogado e Administrador de Empresas

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