segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Ano eleitoral



       Acredite se quiser, mas já começou a busca frenética dos políticos pelo voto dos eleitores. Espera-se, porém, que o debate eleitoral que se avizinha possa girar em torno de propostas sérias e que o povo possa, assim, distinguir o bem do mal político.
            Sabemos que não é tarefa fácil. Apesar do processo e da condenação dos mensaleiros, a corrupção continua a solapar nossa boa-fé e ingenuidade, e sempre com a convivência dos interesses políticos mais escusos. Um retrato da vida (brasileira)? Pode ser.
            Mais do que nunca, o tema da reforma política volta à tona. Sempre acreditei que o financiamento empresarial de campanhas fere, antes de tudo, um princípio constitucional, o da igualdade (art.5º), e afronta uma premissa universal dos sistemas democráticos: “um homem, um voto”. O que é pior: afastam-se os candidatos que não aceitam a dependência do poder econômico, tendo em vista a certeza de que a “fatura” será cobrada depois.
            Em ano de campanha, os políticos começam a se movimentar, cada um adotando a estratégia que melhor lhe convier. Na prática (salve raras exceções) valem a fome do poder, o “toma-lá-dá-cá”, as alianças e coligações, ainda que espúrias, promiscuas e seladas pelo vil metal da perversão. Tendo como guru, os marqueteiros, cujas opiniões terão sempre mais importância que as reivindicações dos eleitores.
            Bom... Meio inusitadamente a presidente Dilma, visando a sua candidatura, não perdeu tempo, lançou mais um programa que virou motivo de piada, pelo fato de prostitutas de Minas Gerais terem feito uma parceria com a Caixa Econômica Federal para que seus clientes paguem pelos programas com cartões de débito e crédito – se preferirem, parcelados. Como diria um baiano: “É brincadeira, mermão!”.
            Resta, pois, ao eleitor manifestar-se nas ruas, demonstrar a sua indignação pelo desprezo com a saúde, com a segurança, com o pleno emprego, com a ética e moralidade na política; e se organizar para quebrar o ferrenho tabu do analfabetismo: temos entre nossos primos, 14 milhões de trabalhadores, adultos, entre eles os mais pobres, que ainda não conhecem as letras. Por isso que o eleitor esclarecido desce o cacete (desculpem-me pelo vernáculo) nesses políticos que têm as mesmas desculpas para o mesmo problema que resulta no mesmo despreparo.
            Daí me veio à aula do poeta Cazuza, muitas de nossas ilusões estão perdidas, nossos sonhos foram vendidos, e de nada vale ficar em cima do muro. Precisamos todos de uma ideologia que imprima sentido a nossas vidas e a nossa política.
            É hora de somar forças para a construção coletiva de um novo projeto para mudar de verdade o Brasil. E isso passa pelas eleições.

                                                                LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                  Advogado e Administrador de Empresas
           
           

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