Acredite
se quiser, mas já começou a busca frenética dos políticos pelo voto dos
eleitores. Espera-se, porém, que o debate eleitoral que se avizinha possa girar
em torno de propostas sérias e que o povo possa, assim, distinguir o bem do mal
político.
Sabemos que não é tarefa fácil.
Apesar do processo e da condenação dos mensaleiros, a corrupção continua a
solapar nossa boa-fé e ingenuidade, e sempre com a convivência dos interesses
políticos mais escusos. Um retrato da vida (brasileira)? Pode ser.
Mais do que nunca, o tema da reforma
política volta à tona. Sempre acreditei que o financiamento empresarial de
campanhas fere, antes de tudo, um princípio constitucional, o da igualdade (art.5º),
e afronta uma premissa universal dos sistemas democráticos: “um homem, um
voto”. O que é pior: afastam-se os candidatos que não aceitam a dependência do
poder econômico, tendo em vista a certeza de que a “fatura” será cobrada
depois.
Em ano de campanha, os políticos
começam a se movimentar, cada um adotando a estratégia que melhor lhe convier.
Na prática (salve raras exceções) valem a fome do poder, o “toma-lá-dá-cá”, as
alianças e coligações, ainda que espúrias, promiscuas e seladas pelo vil metal da
perversão. Tendo como guru, os marqueteiros, cujas opiniões terão sempre mais
importância que as reivindicações dos eleitores.
Bom... Meio inusitadamente a
presidente Dilma, visando a sua candidatura, não perdeu tempo, lançou mais um
programa que virou motivo de piada, pelo fato de prostitutas de Minas Gerais
terem feito uma parceria com a Caixa Econômica Federal para que seus clientes
paguem pelos programas com cartões de débito e crédito – se preferirem,
parcelados. Como diria um baiano: “É brincadeira, mermão!”.
Resta, pois, ao eleitor
manifestar-se nas ruas, demonstrar a sua indignação pelo desprezo com a saúde, com
a segurança, com o pleno emprego, com a ética e moralidade na política; e se
organizar para quebrar o ferrenho tabu do analfabetismo: temos entre nossos
primos, 14 milhões de trabalhadores, adultos, entre eles os mais pobres, que
ainda não conhecem as letras. Por isso que o eleitor esclarecido desce o cacete
(desculpem-me pelo vernáculo) nesses políticos que têm as mesmas desculpas para
o mesmo problema que resulta no mesmo despreparo.
Daí me veio à aula do poeta Cazuza,
muitas de nossas ilusões estão perdidas, nossos sonhos foram vendidos, e de
nada vale ficar em cima do muro. Precisamos todos de uma ideologia que imprima
sentido a nossas vidas e a nossa política.
É hora de somar forças para a
construção coletiva de um novo projeto para mudar de verdade o Brasil. E isso
passa pelas eleições.
LINCOLN
CARTAXO DE LIRA
Advogado e Administrador de Empresas
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