Disse
no meu artigo anterior que viagem é um convite ao imprevisto, sendo sabedor que
algumas coisas darão errado, faz parte do pacote. Por outro lado, o bom dessa
minha última viagem foi ter conhecido Sydney e Brisbane, respectivamente, a
primeira e a terceira cidade mais importante da Austrália.
Vamos por pedaço, como diria aquele
canibal americano. A impressão que se tem de Brisbane está à beira mar, porém
não está. Nem por isso não deixa de ter a sua praia artificial em que
frequentei e adorei. Ela tem uma população aproximadamente 1,8 milhões de
habitantes. Possui um grande centro universitário. A cidade é um verdadeiro
jardim, com bosques e parques por toda parte. Apesar de muitos carros, o
transporte urbano em Brisbane é bastante eficiente e bem planejado.
Dificilmente enfrentamos engarrafamentos demorados, pois a mesma tem muitos
freeways que escoam o tráfico rapidamente.
Sydney também é um lugar
extraordinário, além de bela, tudo funciona que é uma maravilha. Tem uma
população estimada 4,6 milhões de pessoas. Foi eleita como uma das cidades com
a melhor qualidade de vida do mundo. Segurança invejável, com baixíssimo nível
de criminalidade. E mais: altos salários profissionais, acesso à saúde e
educação excepcional gratuitas. Um turismo forte de fazer inveja a qualquer
outro país ultra-desenvolvido.
Interessante: depois que hospedou os
jogos olímpicos de 2000, Sydney obteve uma grande visibilidade em todo o
planeta, seja pela sua excelente condição de vida, ou por suas belezas
naturais, e isso influenciou na taxa de imigração populacional da Austrália
soltando para 23 milhões. Um crescimento de 27%. O barato é que lá até piscina
pública existe. É isso mesmo. Não precisa ser sócio, basta pagar $ 5,00 para
curtir o dia inteiro na piscina.
De tudo que vi nessas duas cidades e
o que mais me chamou a atenção foi o quesito da mobilidade urbana. Uma perfeita
cobertura de transporte público que a população utiliza para ir ao trabalho - por
ônibus, por metros ou trens, por ferry (um barco confortável, climatizado e até
com internet, que sai de diversas áreas da cidade). A bicicleta, no entanto, é
usada por uma grande parcela de adultos para ir à labuta ou para lazer.
Praticamente quase todos os alunos de Segundo Grau vão à escola de bicicletas.
Falta falar mais o quê?
Já de volta ao Brasil, no saguão do
aeroporto de Guarulhos, dou de cara com um senhor falando ao celular,
aparentemente um “bon vivant”, na ocasião mascando o seu inseparável chiclete,
quando de repente tirou-o da boca e o fixou descaradamente debaixo da poltrona.
Por esse gesto grotesco, temos que admitir humildemente que estamos a anos-luz
de um país civilizado (modos e costumes) que preze a coisa pública, como algo
simples e natural.
Ah, ia me esquecendo! Quanto às
bagagens dessa viagem, até então desaparecidas, felizmente consegui reavê-las.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e
Administrador de Empresas
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