segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O bom da viagem



       Disse no meu artigo anterior que viagem é um convite ao imprevisto, sendo sabedor que algumas coisas darão errado, faz parte do pacote. Por outro lado, o bom dessa minha última viagem foi ter conhecido Sydney e Brisbane, respectivamente, a primeira e a terceira cidade mais importante da Austrália.
            Vamos por pedaço, como diria aquele canibal americano. A impressão que se tem de Brisbane está à beira mar, porém não está. Nem por isso não deixa de ter a sua praia artificial em que frequentei e adorei. Ela tem uma população aproximadamente 1,8 milhões de habitantes. Possui um grande centro universitário. A cidade é um verdadeiro jardim, com bosques e parques por toda parte. Apesar de muitos carros, o transporte urbano em Brisbane é bastante eficiente e bem planejado. Dificilmente enfrentamos engarrafamentos demorados, pois a mesma tem muitos freeways que escoam o tráfico rapidamente.
            Sydney também é um lugar extraordinário, além de bela, tudo funciona que é uma maravilha. Tem uma população estimada 4,6 milhões de pessoas. Foi eleita como uma das cidades com a melhor qualidade de vida do mundo. Segurança invejável, com baixíssimo nível de criminalidade. E mais: altos salários profissionais, acesso à saúde e educação excepcional gratuitas. Um turismo forte de fazer inveja a qualquer outro país ultra-desenvolvido.
            Interessante: depois que hospedou os jogos olímpicos de 2000, Sydney obteve uma grande visibilidade em todo o planeta, seja pela sua excelente condição de vida, ou por suas belezas naturais, e isso influenciou na taxa de imigração populacional da Austrália soltando para 23 milhões. Um crescimento de 27%. O barato é que lá até piscina pública existe. É isso mesmo. Não precisa ser sócio, basta pagar $ 5,00 para curtir o dia inteiro na piscina.
            De tudo que vi nessas duas cidades e o que mais me chamou a atenção foi o quesito da mobilidade urbana. Uma perfeita cobertura de transporte público que a população utiliza para ir ao trabalho - por ônibus, por metros ou trens, por ferry (um barco confortável, climatizado e até com internet, que sai de diversas áreas da cidade). A bicicleta, no entanto, é usada por uma grande parcela de adultos para ir à labuta ou para lazer. Praticamente quase todos os alunos de Segundo Grau vão à escola de bicicletas. Falta falar mais o quê?
            Já de volta ao Brasil, no saguão do aeroporto de Guarulhos, dou de cara com um senhor falando ao celular, aparentemente um “bon vivant”, na ocasião mascando o seu inseparável chiclete, quando de repente tirou-o da boca e o fixou descaradamente debaixo da poltrona. Por esse gesto grotesco, temos que admitir humildemente que estamos a anos-luz de um país civilizado (modos e costumes) que preze a coisa pública, como algo simples e natural.
            Ah, ia me esquecendo! Quanto às bagagens dessa viagem, até então desaparecidas, felizmente consegui reavê-las.


                                                                      LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                       lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                        Advogado e Administrador de Empresas

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