Quando
analiso a situação financeira da Petrobrás, me cai a ficha de que a coisa está
pior do que eu imaginava. É sério. Com agravante: não vemos nenhum economista
salsichão na mídia falando sobre essa crise que afeta um dos grandes patrimônios
e orgulho do povo brasileiro.
Quem não se lembra, há sete anos
atrás, o nosso então presidente Lula afirmando que o nosso País alcançara a
autossuficiência na produção de petróleo. A verdade é que a Petrobrás tem produzido
cada vez menos, mesmo encontrando cada vez mais jazidas. Só em 2012, o Brasil
importou R$ 15 bilhões em derivados em petróleo. Isso representa, nesses mesmos
sete anos, um déficit superior a R$ 57 bilhões na balança comercial do petróleo
e seus derivados.
Tem mais: a Petrobrás em vez de
encomendar as suas plataformas junto à SINAVAL – Sindicato Naval, como prometeu
o trepidante Lula, preferiu locar plataformas com as empresas estrangeiras. Só
em 2011, gastou R$ 4 bilhões, e em 2012, R$ 6 bilhões em locações.
Vamos prosear mais um causo. Em
2006, uma empresa belga comprou uma falida refinaria no Texas (EUA), por US$ 42
milhões. Pouco meses depois, essa empresa vendeu a tal refinaria por US$ 1,2
bilhão para a nossa querida Petrobrás. Passado, pouco tempo, acreditem, a
Petrobrás verificou que tinha feito um mau negócio e resolveu vender a citada
refinaria. Mandou avaliar. O valor aferido foi menos de US$ 100 milhões.
Aos trancos e barrancos, para
construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, em parceria com o velho
“estadista” Chávez, que não vingou, foi projetada a um custo de R$ 5 bilhões. O
último relatório da Petrobrás aponta um custo até hoje de R$ 35 bilhões.
Na lógica dessa pedagogia da
leniência e da irresponsabilidade, o meu amigo Cordeiro, habitualmente
mencionado aqui, dá o seu testemunho de desequilíbrio dessa companhia, quando
retirou o seu dinheiro do FGTS (50%), igual a milhares de pequenos
investidores, e aplicou nas ações da Petrobrás. Resultado: perdeu 50% do seu
suado patrimônio.
No mundo corporativo, a situação
surreal da Petrobrás é ou não é de perplexidade. Mormente pela ética fingida,
exibida apenas como fechada, na qual se preza o que não se pratica. Vixe... Por
que eu fui falar?
De fato, a bagunça da gestão da
Petrobrás não pode pautar nossas consciências nem subverte a verdade. É meio
clichê o que vou dizer: aqui está um bom exemplo de que vivemos no “capitalismo
caipira”, que ainda aposta no compadrio, amizades e troca de favores – e não
valoriza a meritocracia e o talento.
LINCOLN
CARTAXO DE LIRA
Advogado e
Administrador de Empresas
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