segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A crise da Petrobrás



       Quando analiso a situação financeira da Petrobrás, me cai a ficha de que a coisa está pior do que eu imaginava. É sério. Com agravante: não vemos nenhum economista salsichão na mídia falando sobre essa crise que afeta um dos grandes patrimônios e orgulho do povo brasileiro.
            Quem não se lembra, há sete anos atrás, o nosso então presidente Lula afirmando que o nosso País alcançara a autossuficiência na produção de petróleo. A verdade é que a Petrobrás tem produzido cada vez menos, mesmo encontrando cada vez mais jazidas. Só em 2012, o Brasil importou R$ 15 bilhões em derivados em petróleo. Isso representa, nesses mesmos sete anos, um déficit superior a R$ 57 bilhões na balança comercial do petróleo e seus derivados.
            Tem mais: a Petrobrás em vez de encomendar as suas plataformas junto à SINAVAL – Sindicato Naval, como prometeu o trepidante Lula, preferiu locar plataformas com as empresas estrangeiras. Só em 2011, gastou R$ 4 bilhões, e em 2012, R$ 6 bilhões em locações.
            Vamos prosear mais um causo. Em 2006, uma empresa belga comprou uma falida refinaria no Texas (EUA), por US$ 42 milhões. Pouco meses depois, essa empresa vendeu a tal refinaria por US$ 1,2 bilhão para a nossa querida Petrobrás. Passado, pouco tempo, acreditem, a Petrobrás verificou que tinha feito um mau negócio e resolveu vender a citada refinaria. Mandou avaliar. O valor aferido foi menos de US$ 100 milhões.
            Aos trancos e barrancos, para construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, em parceria com o velho “estadista” Chávez, que não vingou, foi projetada a um custo de R$ 5 bilhões. O último relatório da Petrobrás aponta um custo até hoje de R$ 35 bilhões.
            Na lógica dessa pedagogia da leniência e da irresponsabilidade, o meu amigo Cordeiro, habitualmente mencionado aqui, dá o seu testemunho de desequilíbrio dessa companhia, quando retirou o seu dinheiro do FGTS (50%), igual a milhares de pequenos investidores, e aplicou nas ações da Petrobrás. Resultado: perdeu 50% do seu suado patrimônio.
            No mundo corporativo, a situação surreal da Petrobrás é ou não é de perplexidade. Mormente pela ética fingida, exibida apenas como fechada, na qual se preza o que não se pratica. Vixe... Por que eu fui falar?
            De fato, a bagunça da gestão da Petrobrás não pode pautar nossas consciências nem subverte a verdade. É meio clichê o que vou dizer: aqui está um bom exemplo de que vivemos no “capitalismo caipira”, que ainda aposta no compadrio, amizades e troca de favores – e não valoriza a meritocracia e o talento.


                                                                     LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                      lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                       Advogado e Administrador de Empresas

                                                                    

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