segunda-feira, 1 de julho de 2013

Lei Anticorrupção



       Num de muitos defeitos de fabricação, nasci sem o software do pessimismo. Porém, não acredito que essa geração de políticos atuais vai temer com a “lei anticorrupção” (6826/10), já aprovada pela Câmara dos Deputados.
            Posso afirmar, sob juramento, sem incorrer em perjúrio, mesmo transformando a transgressão da corrupção em crime hediondo, ainda sim, não vai ultrapassar a velocidade que a sociedade tanto deseja. Ela é como a nossa irônica “jabuticaba” linguística, intrínseca e exclusivamente brasileira. Cujo combate (inação) retrato de um País tolo, pasteurizado, chapado na mesmice.
                Algo nunca antes visto no Brasil: surpreendente o “choque” de sensatez, ético e ligeireza que os parlamentares têm mostrado nos últimos dias. Parece que, em quatro dias, trabalharam mais do que nos últimos 40 anos. Vamos ver por quanto tempo isso vai durar.
Quem quer fazer, faz! E só fez, é bom que se diga, em razão do inconformismo que explode nas ruas com força avassaladora. Massas impõem respeito. Políticos que até ontem desdenhavam dos radicais do Passe Livre agora juram que apóiam as manifestações desde criancinhas. Como dizia o velho Ulysses Guimarães, a única coisa que político teme é o povo nas ruas.
            Perguntaram-me: por que a corrupção deve ser crime hediondo? Ora, tem essa tipificação criminosa porque extermina centenas de milhares de vida, ao drenar recursos da saúde, da educação, da segurança e dos projetos de desenvolvimento. “Nunca se roubou tanto neste País” é uma frase de senso comum ouvida e repetida em diferentes momentos de nossa história. Vejam: um estudo feito pela Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), em 2010, indica que o custo da corrupção no Brasil fica entre R$ 41,5 e R$ 69,1 bilhões por ano. Este montante representa entre 1,38% a 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
            Decerto, há uma sofreguidão generalizada para combater a corrupção. Uma vez que é a mãe de todos os problemas que atormentam a sociedade brasileira. Por tais desmandos passam o suborno e pagamento de propina, fraude em licitações, nepotismo, extorsão, tráfico de influência, utilização de informação privilegiada para fins pessoais, compra e venda de sentenças judiciais, recebimento de “presentes”, lavagem de dinheiro e peculato.
            Numa dessas idas à livraria, caiu uma publicação em minhas mãos. Mostrando (o autor) uma visão com conhecimento de causa: quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem medo de errar, que sua sociedade está condenada.
É tempo de reflexão. E de ação. É bom que a memória sobre o que está acontecendo (protestos) continue viva e a cores.  

                                                                     LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                     lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                       Advogado e Mestre em Administração
                          
             

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