domingo, 26 de maio de 2013

O avarento



       Acabei de ler a notícia de que o homem mais rico da China, Zong Quing Hou, com uma fortuna de cerca de US$ 20 bilhões, disse à BBC que come com seus funcionários na cantina e que gasta, em média, o equivalente a R$ 40 por dia. “Gasto menos que meus empregados. Acredito na vida simples”, afirma ele com muito orgulho.
            É ou não é um autêntico avarento? Ora, para que serve toda essa fortuna? Apenas para admirar, ensoberbecer, ufanar-se...  E esquece àquele provérbio que diz: “A riqueza não é de quem a tem, mas de quem a desfruta”. Por isso, não ponha mais dinheiro em sua vida. Ponha mais vida em seus dias!
Creio que a vida é pra valer e nós somos julgados pelos nossos resultados. Isso não implica que o resultado seja limitado ao dinheiro, mas sim, a qualificação acadêmica, as conquistas profissionais, a auto-estima, a liberdade interior e, principalmente, a felicidade familiar.
O sujeito, como este, é do tipo que gosta de se gabar contando que há quarenta anos usa aquela camisa amarela e aquele par de sapatos. Aposto minha coleção de CDs (de valor inestimável) que a sua roupa passa por três fases: nova, usada e remendada.
Desejando levar vantagem em tudo, o avarento julga que “Você é o que tem”, ignorando que as melhores coisas da vida são gratuitas, como o amor, a amizade, a saúde. E se vangloria com a leitura debochada feita por Nelson Rodrigues: “O dinheiro compra até amor sincero”.
No meu sacrário eu adoro ter dinheiro, mas um dinheiro que me traga coisas de que gosto e não que me tire das coisas de que gosto, que me tire conhecimento, saúde, o vínculo com as pessoas que tenho afeição. Esse dinheiro eu dispenso, porque dinheiro bom é aquele que faz você se sentir seguro, não aquele que o aprisiona.
Sonhar é um direito universal. Sonhar com dias melhores, com aqueles de quem mais gostamos, com outra vida, uma viagem, um amor ou o que quer que seja é uma maneira de nos sustentarmos dia após dia. Diferente do sonho do avarento: ganhar dinheiro, e mais dinheiro, num jogo cruel de obstinação e gana.
Ah! Por falar nisso, muitas pessoas passam a vida tentando acertar na loteria para enriquecer, mas se esquecem de valorizar uma riqueza imensa que possuem sem se dar conta. Por exemplo: ter os pais vivos, ter os filhos, os irmãos, os avôs, os tios e todos aqueles que nos são queridos perto e saudáveis.
Mas enfim. Em relação ao tema, dizia o meu saudoso sogro (um visionário incorrigível), Ademaro Campos, “Quando pobre morre tem choro, quando rico morre tem briga”.


                                              LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                              lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                Advogado e Mestre em Administração


           

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