terça-feira, 28 de junho de 2011

Mulher no volante: preconceito?

               Quem já não presenciou alguém nervoso no trânsito a esbravejar: “Tinha que ser mulher!”. O efeito dessa frase é uma bomba. A mulher fica com ira elevada ao quadrado.
            E tem razão. Segundo o DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito), mulheres apresentam um baixo índice de envolvimento em acidente de trânsito com vítima. Proporcionalmente, homens provocam duas vezes mais. Isso mostra que elas são mais atenciosas e precavidas ao volante. Não é à toa que o seguro de um carro guiado por mulheres custa menos.
            Há muitas (delas) incomoda a falsa premissa que não sabem dirigir. Foram escolhidas para serem a “Geni” de barbeiragem no trânsito. Um menoscabo à mulher, quiçá extraído no livro grosso dos preconceitos.
            Não adiante forçar a barra. Estudos mostram que a mulher é mais prudente que o homem, cometendo, em geral, menos infração e envolvendo-se menos em acidentes. Não obstante, os acidentes com homens têm consequências mais graves. Os homens são campeões em avançar o sinal fechado e exceder a velocidade permitida. Já as mulheres cometem a maior parte das infrações por estacionamento irregular e por dirigir falando ao celular.
            Homens parecem particularmente perturbados no trânsito em razão de dois poderosos compostos: álcool e testosterona, é o que diz o escritor americano Tom Vanderbilt, autor do livro “Por que dirigimos assim?”, sobre a ciência do trânsito. Por isso, que os homens são mais agressivos no trânsito, correm mais. O que leva um homem ter mais do que o dobro de chance de morrer dirigindo do que uma mulher, apesar de se envolverem em maior número de colisões não fatais.
            Os estatísticos do EUA descobriram que os médicos, no que se refere à profissão, sejam homens ou mulheres, estão no topo do ranking das ocupações dos que se envolvem em acidentes feito por uma seguradora da Califórnia. Isto devido ao estresse: dirigindo com certa urgência entre um hospital e outro, talvez ao celular.
            Em seguida, são apontados os Arquitetos e Corretores de Imóveis que mais batem por se distraírem olhando prédios, casas, construções, etc. Fora os profissionais, verifica-se gente endividada que mais se envolve em colisões.
            Independente do quiproquó de quem melhor dirige (homem ou mulher), tornou-se um truísmo falar que o trânsito é um espaço de convivência humana e democrática. Em sabendo conviver, saberemos ser motoristas, pedestres, cidadãos.


LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e Administrador de Empresas

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